
03 de abril de 2014 | 22h35
Fause Haten na quarta pediu uma volta à essência em seu desfile-performance e Ronalgo Fraga defendeu a criatividade e a valorização do trabalho de pesquisa de uma coleção. Ambos falavam não só de seus trabalhos, mas de ideias para que a moda brasileira se diferencie em um território que vê cada vez mais o avanço das grifes internacionais e do fast fashion.
Ontem, quarto dia de São Paulo Fashion Week, foi a vez de Oskar Metsavaht propor uma saída: "Nossa moda ainda não é competitiva com a internacional, que já tem mais experiência e facilidades de produção. Ao mesmo tempo, competimos com a moda rápida do fast fashion. O que fazer? Investir na 'Brazilian soul'. Valorizar nosso caráter, nossa arte e investir na pesquisa de materiais, no design." Mais que mostrar sua coleção, o diretor criativo da Osklen conversou sobre arte, moda e mercado durante a apresentação da das peças de verão da grife no showroom da marca. A Osklen não fez desfile, mas expôs as novas peças e exibiu um vídeo do making of da coleção inspirada no Instituto Inhotim, em Minas Gerais. A experiência de imersão de Oskar e equipe no complexo artístico de Inhotim também vai render um vídeo documental e artístico, que discute os limites entre a moda e a arte.
Reforçando o time de quem tem na pesquisa e na essência seu trunfo, Pedro Lourenço fez seu desfile ontem mostrando sua coleção capsule, em que inclui em seu processo de execução métodos tecnológicos e a força da pesquisa para se diferenciar. Do recorte a laser das peças à criação de estampas, a tecnologia está presente em todas as etapas. "As áreas tecnológicas se desenvolveram muito, mas, na moda, o impacto foi relativamente pequeno. A única revolução que pode acontecer no universo fashion está na manufatura. O scanner 3D, por exemplo, já imprime remédios. Em breve, você vai poder baixar sua roupa em casa", declarou ele, que trouxe uma moda festa sofisticada. Para a nova linha, mais focada no mercado, explora novos comprimentos, materiais e, sobretudo, mostra o lifestyle da marca que, nessa nova proposta, está focada na mulher brasileira.
A Forum fechou a noite com a top sul-africana Candice Swanepoel abrindo e fechando o desfile da marca, que trouxe uma boa proposta de pesquisa de estampas e texturas. A dona da barriga negativa mais cobiçada do mundo, entrou na passarela vestindo saia e blusa ultra decotados, mas escondendo, ironicamente a barriga. De toda forma, causou mais uma vez e foi o ponto alto da noite.
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