
24 de fevereiro de 2014 | 12h14
MONTEVIDÉU - O artista uruguaio Carlos Páez Vilaró, 90, morreu nesta segunda-feira, 24, em Casapueblo , a residência que ele havia construído junto ao mar que definiu como uma "escultura viva".
"Não há pesar. Papai trabalhou até o último dia, a única frase que vale é 'descanse em paz'. Até o último minuto estava pensando em projetos. Isso que o manteve vivo por 90 anos. Era uma referência para todo o Uruguai'' , disse seu filho Carlos a um canal de televisão local.
Pintor, escultor e ceramista, Vilaró nasceu em 1 de novembro de 1923 e sempre foi ligado à cultura uruguaia dos negros, que inspirou muito do seu trabalho. Várias de suas obras podem ser vistas em prédios públicos, entre eles o da sede da OEA (Organização dos Estados Americanos), em Washington, e na Biblioteca Nacional Argentina.
Vilaró também foi roteirista de Batouk, filme que disseca as origens do continente africano e que encerrou o Festival de Cannes em 1967. Cinco anos depois, viveu um dos momentos mais difíceis de sua vida, quando o avião em que seu filho Carlos estava, junto com sua equipe de rúgbi, caiu na Cordilheira dos Andes. Vilaró insistiu nas buscas, que logo foram encerradas pelas autoridades. Depois de 72 dias, seu filho foi encontrado. O caso inspirou livros e filmes.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.