14 de maio de 2012 | 08h53
AMÃ - Rebeldes mataram 23 soldados sírios nesta segunda-feira, 14, na cidade de Rastan, segundo uma entidade de direitos humanos da oposição, em uma nova violação da trégua intermediada pela ONU.
A oposição ao presidente Bashar al Assad diz que a cidade foi bombardeada pelo Exército, com saldo de nove mortos - inclusive um comandante rebelde local.
Em seguida, os rebeldes reagiram em combates nos arredores de Rastan, cidade que fica 25 quilômetros ao norte de Homs e que já mudou várias vezes de controle do governo para a oposição desde o início da rebelião contra Assad, em março de 2011.
O bombardeio começou no domingo e se intensificou durante a noite, segundo ativistas. "Morteiros e foguetes estão atingindo a cidade desde 3h (21h de domingo em Brasília), ao ritmo de um por minuto. Rastan está destruída", disse à Reuters por telefone satelital um membro do Exército Sírio Livre (ESL, força rebelde), pedindo anonimato.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha, disse que combates começaram ao alvorecer, e que os rebeldes destruíram três veículos blindados de transporte de tropas, além de apreenderem outros dois e capturarem cerca de 15 soldados.
Restrições do governo ao trabalho da imprensa dificultam a confirmação dos relatos sobre o confronto, que marca uma nova violação da trégua implantada há um mês por iniciativa do enviado internacional Kofi Annan.
A rebelião síria envolve principalmente a maioria sunita do país, em contraposição à minoritária seita alauita, à qual Assad e a cúpula militar pertencem.
Rastan sempre forneceu muitos recrutas sunitas para as Forças Armadas, e alguns oficiais oriundos da cidade passaram a desertar depois de as forças de segurança matarem dezenas de manifestantes locais e prenderem pessoas conhecidas.
A região foi cenário, no ano passado, do primeiro confronto armado sério entre desertores e forças legalistas. Os militares pró-Assad em várias ocasiões retomaram o controle de Rastan, mas a cidade continua caindo nas mãos dos rebeldes.
Sua topografia e sua localização estratégica ajudam os desertores a realizarem ataques a ônibus militares e postos de controle mantidos pela inteligência militar e por milícias pró-Assad, segundo ativistas da oposição.
Rastan fica cerca de 180 quilômetros ao norte de Damasco, entre plantações à beira do rio Orontes, e junto à rodovia que leva a Aleppo.
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