33% dos americanos rejeitam a evolução das espécies

A questão da evolução tornou-se altamente politizada nos Estados Unidos

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Pesquisas realizadas por um cientista da Universidade Estadual de Michigan e publicadas pela revista Science indicam que um terço, ou 33%, da população dos Estados Unidos não acredita na evolução das espécies, proporção significativamente maior que a encontrada na Europa e no Japão. Em comparação, na Islândia, Dinamarca, Suécia e França, 80% ou mais dos adultos aceitam a evolução, assim como 78% dos japoneses. Apenas na Turquia, um país de maioria islâmica, a evolução é mais rejeitada que nos EUA. O pesquisador John D. Miller usou como base de sua pesquisa sobre a opinião dos americanos a Knowledge Networks, uma amostra online de domicílios americanos selecionados de forma aleatória. Os dados sobre países europeus foram levantados pela Comissão Européia, a partir de entrevistas, e os dados japoneses também foram obtidos por meio de entrevista. Segundo Miller, o fator mais significativo para a disparidade dos EUA em relação aos demais países é a influência das religiões fundamentalistas. "Isso indica que as pessoas que mantêm uma crença forte num Deus pessoal e rezam freqüentemente têm muito menos chance de encarar a evolução como provavelmente ou definitivamente verdadeira do que pessoas com uma visão religiosa menos conservadora", disse o pesquisador. Além disso, a questão da evolução tornou-se altamente politizada nos Estados Unidos, com o Partido Republicano, principalmente, usando-a como critério para escolher candidatos. Miller também determinou que pessoas contra a legalidade do aborto têm muito maior probabilidade de rejeitar a evolução do que as pessoas que defendem a legalidade da intervenção. "O efeito total das atitudes contra o aborto na aceitação da evolução foi muito maior nos Estados Unidos do que nos países europeus", disse ele.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.