Mesmo estando matriculadas e tendo passado pelo processo de alfabetização, 2,1 milhões de crianças não sabem ler e escrever aponta a pesquisa divulgada na manhã desta quarta-feira, 24, na Síntese de Indicadores Sociais. Segundo destacam os técnicos no documento da pesquisa, "isto não significa que estas crianças não estejam na escola: 2,1 milhões delas, ou seja, 87,2%, das que não sabiam ler e escrever, freqüentavam estabelecimento de ensino". Deste grupo, 1,2 milhão vivia no Nordeste do País. Veja também: Em 2007, 19,2 milhões de pessoas migraram no País Cresce número de casais sem filhos no País, aponta IBGE Apenas 4% dos negros ou pardos terminam o ensino superior Cai o número de famílias com renda de até meio salário mínimo Confira a íntegra da pesquisa do IBGE (em pdf.) Especial traça retrato do Brasil Segundo os dados do IBGE, entre as 28,3 milhões de crianças de 7 a 14 anos, que pela idade já teriam passado pelo processo de alfabetização, foram encontradas 2,4 milhões (8,4%) que não sabem ler e escrever. Ainda de acordo com a pesquisa, entre as crianças de 10 anos, idade adequada à 4ª série, que não sabiam ler e escrever, 85,6% destas crianças estavam na escola. Aos 14 anos, idade em que se deveria concluir o ensino fundamental, o percentual de crianças que ainda não sabe ler e escrever é menor (1,7%), o que representa 58,1 mil pessoas. Porém, quase metade destas (45,8%) estavam na escola. Os números de analfabetismo aponta que o alto índice de freqüência à escola nem sempre se traduz em qualidade do aprendizado. O levantamento mostra que, entre as crianças e adolescentes de 7 a 14 anos de idade, faixa etária correspondente ao ensino fundamental, o ensino está praticamente universalizado (97,6%). Brics A Índia apresentava em 2006 a mais elevada taxa de analfabetismo (34,9% da população de pessoas com 15 anos ou mais de idade) dos Brics (grupo de países com potencial mais promissor economicamente e que reúne Brasil, China, Índia, África do Sul e Rússia). Somente a Rússia, entre os cinco países, tem taxa de analfabetismo "resolvida", ou de 0,6% nesse grupo, segundo a Síntese. A África do Sul tinha taxa de 12,4%, enquanto o Brasil apresentava taxa de 10,5% (em 2007, segundo mostrou o IBGE na semana passada, era de 10,0%). Na China, em 2006, chegava a 7,1%. Em outra análise sobre os Brics, neste caso relativa a 2007 e sobre a estrutura etária da população, a Síntese sublinha que a Rússia e a China têm uma população mais envelhecida, contrastando com a estrutura jovem da Índia e da África do Sul. O Brasil, com as quedas dos níveis de fecundidade e mortalidade dos últimos 40 anos, vem passando por uma fase de transição.