A 1.270 km de Brasília, Silva até esquece do ''emprego''

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Por Leandro Colon
Atualização:

Em dezembro de 2005, Lincoln Pereira Uzai Silva foi nomeado para trabalhar na liderança do PL (atual PR) no Senado, com salário de R$ 2,6 mil. Ontem, o Estado o localizou em sua casa, na cidade de Serra do Espírito Santo, a 30 minutos de Vitória e a 1.270 quilômetros de Brasília.No começo da conversa, ele afirmou: "No momento, estou procurando um emprego. Por enquanto, estou parado." Logo depois, questionado sobre a lotação na liderança do PR, confessou: "Estou com o senador Magno Malta (PR-ES)." A reportagem telefonou para o escritório regional do senador e perguntou por Lincoln. "Não tem ninguém aqui com esse nome", disse a secretária. Em Brasília, a mesma resposta foi dada por funcionários da liderança do PR e do gabinete do próprio senador.Lincoln negou-se a detalhar que tipo de função exerce. "É pesquisa de campo. Mas falar por telefone é complicado. Não posso falar." O servidor demonstrou desconhecer o recadastramento feito pelo Senado, mas disse que regularizará a situação.Em um site de relacionamento, o funcionário fantasma da liderança do PR se diz "extrovertido". Há quatro anos, estudava engenharia de produção. Ontem, não quis informar se concluiu ou não esse curso.O Estado procurou Magno Malta em seu gabinete para confirmar a informação passada pelo servidor. A assessoria informou que ele está de licença médica. O conteúdo da reportagem foi informado, mas não houve resposta até o fechamento da edição.Outros dois funcionários do senador, Sirle das Graças Silva e Irasankey Peres, também ficaram de fora do recadastramento. A primeira foi localizada em Vitória. Alegou que o marido estava internado durante o levantamento do Senado. Peres não foi localizado, mas funcionários informaram que ele trabalha em Brasília.

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