PARALISIA
No PT, não há dúvidas de que Marina assumirá a candidatura e a avaliação é que mesmo com esse novo quadro, que precisa ser pesquisado e analisado com mais calma, Dilma segue sendo a favorita para vencer a disputa.
"Estamos num momento de paralisia nas campanhas", disse um dos petistas ouvidos pela Reuters.
Um outro integrante do comitê da campanha petista afirmou que nesse primeiro momento "tudo ficou mais confuso para todos".
Mas essa fonte acredita que Aécio tem mais a perder numa análise imediata, porque ficou sem uma linha auxiliar do discurso que tentava emplacar contra Dilma, apontando-a como má gestora.
"Ele e o Campos, por terem sido governadores e bem avaliados, vinham dizendo e poderiam unir a artilharia nos debates nesse discurso da Dilma má gestora. Com a Marina, ele não terá essa parceria", disse a fonte.
Esse integrante da campanha argumenta ainda que o tucano e o socialista tinham perfis semelhantes que os aproximavam, eram jovens políticos, netos de grandes personalidades da cena política e tinham acertado alianças regionais, que não foram avalizadas por Marina.
Essa fonte avalia, porém, que Dilma ganharia uma adversária com língua mais afiada e mais disposta a fazer críticas mais duras a ela e ao ex-presidente Lula, que Campos poupava.
DECISÃO SOBRE SUBSTITUTO
O PSB tem até dia 23 de agosto para escolher um novo candidato à Presidência e o partido e Marina já avisaram que nesse momento não estão discutindo a sucessão e só farão isso após o enterro de Eduardo Campos, que ainda não tem data marcada.
"Nós não estamos pensando em política. Estamos todos ainda perplexos. Não tem clima para isso”, disse à Reuters uma fonte do partido nesta quinta. “Estamos envolvidos com a burocracia do DNA dos corpos”, acrescentou.
A despeito disso, Antônio Campos, irmão do ex-governador, divulgou uma carta pedindo que Marina assumisse a candidatura. Horas depois, porém, o partido divulgo um comunicado dizendo que tomará essa decisão em "momento oportuno e ao seu exclusivo critério".