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Abacaxi paulista será certificado

Fruticultores de Guaraçaí, principal produtor no Estado, também participam do Projeto Fruta Paulista, do Ibraf

Por Niza Souza
Atualização:

. Mais um município na região oeste de São Paulo está se preparando para colher os frutos do Projeto Fruta Paulista, parceria entre o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf) e o Sebrae-SP, criado para promover e agregar valor às principais frutas produzidas no Estado. Em Guaraçaí, cerca de 25 produtores de abacaxi estão em processo de certificação Global Gap e ainda este ano a maioria deve estar habilitada a exportar a fruta, inclusive para a exigente União Europeia.   Veja também: Fruticultores na Alemanha Em Rio Claro, novidade é a fruta em gomo   "O Sebrae já apoiava alguns grupos de produtores e indicou os que estavam mais avançados no processo de certificação para participar do projeto", diz o gerente de Exportação do Ibraf, Maurício Ferraz, que coordena o projeto. "O grupo de Guaraçaí é um deles. É organizado, tem potencial produtivo e o abacaxi é uma fruta que tem mercado para exportação." Fazem parte do projeto, ainda, as frutas: caqui, citros, manga, acerola, figo, uva, frutas de caroço e goiaba. Conforme Ferraz, o foco do projeto não é apenas certificar as propriedades, mas criar um padrão de qualidade para as frutas. "A ideia é oferecer ao consumidor um produto diferenciado. A certificação é um bônus para o produtor que poderá ter acesso ao mercado externo também." Um dos problemas de comercialização do abacaxi é a desconfiança do consumidor com relação à qualidade da fruta. Ferraz lembra que uma pesquisa feita pelo Centro de Qualidade de Hortaliças da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) apontou o abacaxi, a uva e o melão como frutas que o consumidor tem mais receio de comprar, "porque não tem certeza da doçura da fruta". "Se o consumidor compra uma fruta muito ácida, deixa de consumir aquela variedade. Mas é por desconhecimento. Precisamos esclarecer alguns mitos", diz. A variedade havaí, por exemplo, é extremamente doce no verão, mas não é boa para consumo in natura no inverno. Nesta época, os frutos são mais ácidos e escondem a doçura. Investimento Com a inclusão no projeto, a expectativa dos produtores é comercializar o abacaxi de forma diferenciada, tanto no mercado interno quanto no externo. "Além da certificação, montamos um packing house para embalar as frutas e garantir que elas cheguem com melhor visual ao consumidor", diz o produtor Adriano Caldato, que juntamente com outros 9 produtores formam a empresa Basc, de comercialização de abacaxi. "Vendemos algumas frutas embaladas e paletizadas, que facilita o descarregamento e mantém a qualidade. Com isso, recebemos mais pela fruta", afirma. Para se adequar às exigências da certificação, o maior investimento não foi financeiro. "O principal é a organização, para poder rastrear a fruta", destaca Caldato, que dividiu a lavoura em talhões, para facilitar o controle. "É preciso anotar tudo que é feito, todos os insumos aplicados. Como tenho lavouras em vários estágios, foi mais fácil dividi-las." Na propriedade do fruticultor Shoji Korin, além da adoção de um sistema para controlar a produção, foi preciso adequar o depósito de defensivos. "Precisa ser num local arejado, com prateleira, longe de outro produtos, principalmente de ração de animais, conforme exige as normas de certificação", explica Korin. "Tive de mudar bastante coisa. Mas o mais difícil foi conscientizar os trabalhadores da importância, por exemplo, de usar EPI (equipamentos de proteção individual) e fazer os exames médicos periódicos."

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