14 de junho de 2013 | 08h49
Pelo menos dez feridos ainda eram atendidos na Santa Casa, no início da madrugada. Entre as vítimas, estavam pessoas que apenas passavam pela zona de confronto, como uma mulher atingida por uma bala de borracha na janela de um ônibus. Já os que participaram do protesto, como a estudante Maira Leite, de 25 anos, que teve o braço ferido por um estilhaço de bomba, e seu namorado, Tiago Carvalho, relataram que se sentiram acuados, "presos como em uma ratoeira". "Mas a gente volta (para o protesto), com mais pessoas, mais vinagre e mais medo", disse Carvalho.
Medo também era o sentimento do estudante Henrique Droulez, de 22 anos, que mora na França, mas veio ao Brasil visitar a família e levou um tiro de bala de borracha na perna. "Fui agredido dentro da viatura. Falaram que iam me matar e jogar o corpo no Tietê", disse. "Não esperava uma resposta tão violenta da polícia."
Imprensa. Os registros de feridos começaram ainda na região da Consolação. Policiais da Rota, fora do foco de confronto, dispararam aleatoriamente balas de borracha contra pessoas que estavam na rua - incluindo jornalistas. A reportagem do Estado, que se identificou antes da ação, também foi alvo dos PMs. Os repórteres Bruno Ribeiro e Renato Vieira foram atingidos por bombas de gás.
Já a repórter Giuliana Vallone, da TV Folha, levou um tiro de bala de borracha no olho e o fotógrafo da Folha de S. Paulo Fábio Braga foi alvo de três disparos. "A polícia mirou em cima de mim." Sete jornalistas da Folha de S. Paulo ficaram feridos. Em nota, o jornal repudiou "toda forma de violência" e protestou "contra a falta de discernimento da PM no episódio". O secretário da Segurança, Fernando Grella Vieira, determinou a apuração dos episódios com profissionais da imprensa. O jornalista Piero Locatelli, da revista Carta Capital, foi detido por portar uma garrafa de vinagre. Levado ao 78.º DP (Jardins), acabou liberado à noite. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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