Acusados por 27 mortes em presídio de RO são julgados

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Por ADRIEL DINIZ
Atualização:

Foi iniciada hoje, em Porto Velho, a primeira das seis sessões do julgamento dos 16 acusados por 27 mortes na casa de detenção José Mário Alves, conhecido como Urso Branco. Dois deles, Michel Alves das Chagas e Anselmo Garcia de Almeida, são acusados pelo Ministério Público de liderar a chacina ocorrida em janeiro de 2002, na capital de Rondônia.A violação aos direitos humanos no presídio rondoniense resultou na condenação do Estado brasileiro pela Corte da Organização dos Estados Americanos (OEA). Na época dos assassinatos, cerca de 1.300 detentos superlotavam a cadeia. Após uma tentativa frustrada de fuga, presos ameaçados de morte foram executados a golpes de armas artesanais, chamadas de "chuchos".Dois promotores atuam no caso. Um dos réus é defendido pela Defensoria Pública. Anselmo, no entanto, desde ontem passou a ter duas advogadas, que chegaram a Rondônia na véspera do Júri, vindas do Rio de Janeiro. Os sete jurados sorteados permanecem incomunicáveis. Quatro são mulheres.Neste primeiro dia, houve a leitura de algumas peças do processo, a pedido da defesa. Os réus depuseram à tarde. Todas as testemunhas indicadas pelo Ministério Público foram dispensadas. O debate entre promotores e advogados deve ser realizado amanhã. Michel e Anselmo negam a autoria dos crimes. Se condenados, a pena deve ser de 324 anos de cadeia. As sessões com o julgamento dos outros 14 réus deve ir até o final do mês.

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