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Aécio diz que mudança venceu 1º turno e PSDB busca eleitores de Marina

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, comemorou sua chegada ao segundo turno da eleição contra a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição, e afirmou que o sentimento da mudança venceu neste domingo. Em pronunciamento em Belo Horizonte, capital do Estado que o elegeu duas vezes governador e uma vez senador, Aécio disse que a maioria dos votos no primeiro turno foi para candidatos que defendem a mudança em relação ao atual governo. "A minha primeira constatação é de que esse sentimento de mudança, amplamente presente em todo o Brasil, já foi vitorioso no primeiro turno. Os candidatos de oposição somados foram vitoriosos, tiveram a maioria dos votos", disse. "E é isso que temos que buscar no segundo turno." Mesmo sem citar o nome de Marina Silva (PSB), que até a reta final da campanha foi sua adversária direta na disputa pela segunda posição, o tucano se referiu ao fato de seus votos somados aos da ex-senadora superarem com folga os obtidos por Dilma. Com a apuração pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) praticamente concluída, Aécio e Marina tinham juntos 57 milhões de votos, contra 43,2 milhões de Dilma. Uma fonte do PSDB disse à Reuters que o desempenho de Aécio surpreendeu mesmo os mais otimistas do partido, sobretudo no Estado de São Paulo, maior colégio eleitoral do país e onde o tucano teve quase 10,2 milhões de votos, contra 5,9 milhões de Dilma. Mesmo a derrota do senador mineiro em sua terra natal não foi considerada ruim, porque as pesquisas de intenção de voto indicavam que Aécio teria desempenho muito pior do que o obtido em Minas: no Estado, ele obteve 4,4 milhões de votos, enquanto a presidente ficou com 4,8 milhões. Em um gesto de aproximação à campanha do PSB durante seu discurso, Aécio prestou uma homenagem a Eduardo Campos, que concorria à Presidência pelo partido socialista, mas após a morte trágica em um acidente aéreo em agosto foi substituído por Marina, que até então concorria como vice. "A ele e seus ideais e a seus sonhos também, a minha reverência, que nós saberemos juntos transformá-los em realidade", disse Aécio. "Portanto é hora de unirmos as forças. A minha candidatura não é mais a candidatura de um partido político ou de um conjunto de alianças. É o sentimento mais puro de todos os brasileiros que ainda têm a capacidade de se indignar, mas principalmente a capacidade de sonhar", disse. Segundo a fonte do PSDB, que falou sob condição de anonimato, nas três semanas até o segundo turno, no dia 26, a campanha tucana reforçará o discurso de mudança. A estratégia será mirar para o Sudeste, que concentra quase 44 por cento dos eleitores de todo o Brasil. "Mais do que o apoio da Marina, temos que garantir o eleitor dela", disse a fonte. "O Estado do Rio de Janeiro é onde há mais eleitores órfãos, já que mais de 30 por cento votaram em Marina. Temos que reforçar a aliança com alguns partidos e lugares", acrescentou a fonte, citando Rio Grande do Sul e Distrito Federal, além do Rio.

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Por Redação
Atualização:

(Por Cesar Bianconi e Jeferson Ribeiro; Edição de Maria Pia Palermo)

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