África do Sul aposta em Copa do Mundo sem 'apagões'

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Por AGNIESZKA FLAK
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A Fifa e a concessionária de energia Eskom estão confiantes que a África do Sul será capaz de realizar uma Copa do Mundo sem a ocorrência de blecautes no ano que vem, embora persistam preocupações relacionadas ao fornecimento de energia no país. A Eskom tem se esforçado para dar conta da crescente demanda por energia na maior economia da África desde o começo do ano passado, quando a rede quase entrou em colapso devido à falta de investimentos na capacidade de geração, mas afirmou que não falhará no ano que vem. "Nossa intenção é garantir que as luzes permaneçam ligadas... neste momento estamos confiantes de que seremos capazes de cumprir as necessidades do país", afirmou Sanjay Bhana, gerente do projeto 2010 da Eskon, numa palestra da Associação Nacional de Energia Sul-Africana (Sanea), em Johanesburgo, esta semana. Bhana afirmou que a concessionária estima que a demanda da África do Sul em 2010 atinja seu pico em pouco menos de 38 mil MW, acima do pico da demanda de menos de 36 mil MW até agora este ano. Esperam-se 450 mil visitantes para a ocasião dos jogos. Ele afirmou que a capacidade atual, incluindo todo o abastecimento emergencial na forma de geradores a diesel, é adequada para cobrir essa demanda. Um outro alto funcionário da Eskom afirmou que, apesar do balanço geral da concessionária já ser restrito, ela seria capaz de acionar os geradores "por semanas" a fim de incrementar o fornecimento, caso necessário. A demanda energética no país caiu significativamente quando caldeiras de fundição e outras indústrias desativaram parte de suas operações por causa da crise financeira global, mas já voltou aos picos observados no ano passado com a retomada da produção industrial. A Copa do Mundo ocorrerá durante o inverno da África do Sul, a estação que mais demanda energia, mas os analistas não acreditam que o evento sobrecarregará o sistema, pois haveria pouca demanda adicional. "Cerca de 450 mil pessoas a mais certamente têm um impacto sobre a demanda, mas elas não estarão envolvidas em nenhuma atividade industrial, portanto o impacto deverá ser reduzido", disse o analista do setor de energia Cornelis van der Waal, da Frost & Sullivan. A transmissão de todos os jogos será feita à base de geradores a diesel a fim de evitar possíveis interrupções.

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