Africanos aceitam acordo para venda de marfim

Acerto permite que a África do Sul, Namíbia, Botswana e Zimbábue limpem seus estoques governamentais

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Por redacao
Atualização:

Nações da África concordaram em realizar uma grande venda de marfim, que será seguida por nove anos de congelamento desse comércio, em uma decisão que, esperam ambientalistas, trará alívio para as manadas de elefantes, ameaçadas pela caça ilegal e por quadrilhas de contrabandistas. O acordo, firmado após acaloradas discussões realizadas ao longo de três semanas, efetivamente representa uma trégua nos embates recorrentes entre os africanos, que querem os dividendos da venda dos estoques acumulados de marfim, e os conservacionistas que temem que qualquer revisão na proibição do comércio, estabelecida em 1989, se transforme em uma ameaça às manadas. A Convenção para Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (Cites) aprovou o acordo, no que a União Européia (UE) chamou de um marco para a organização. "Nove anos é pouco tempo na vida de um elefante, mas já é bom", disse um delegado do Mali, Bourama Niagate, que havia proposto uma moratória de 20 anos no comércio do marfim. O acordo permite que a África do Sul, Namíbia, Botswana e Zimbábue limpem seus estoques governamentais de marfim em uma única venda para o Japão, que promete não reexportar o marfim bruto. A renda da venda será destinada para programas de conservação. Graças a um gerenciamento cuidadoso, as manadas do sul da África tiveram crescimento nos últimos 18 anos, mas a caça ilegal ainda é um problema grave nas regiões oeste e central do continente, onde o saque dos recursos naturais financia guerras civis.

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