Agência fluvial quer ''bancarizar'' os ribeirinhos

Bradesco instala posto em barco

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Por Redação
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Depois de abrir agências nas duas maiores favelas do Rio e de São Paulo, o Bradesco, segundo maior banco privado do País, agora vai atrás das populações ribeirinhas para promover o que chama de inclusão bancária. Parte hoje de Manaus rumo a Tabatinga, no Amazonas, o barco Voyager III em sua segunda viagem levando uma agência flutuante. Na viagem de inauguração, no fim de novembro, foram abertas 200 contas bancárias.No trajeto de 1,6 mil quilômetros pelo Rio Solimões com duração de sete dias, o barco passa por 11 municípios que abrigam cerca de 50 comunidades ribeirinhas com população de 210 mil pessoas. Há anos, o Voyager III é responsável pela distribuição de alimentos e produtos em geral entre essas populações. O Bradesco fez parceria com a empresa responsável pela embarcação e montou a agência que tem caixa eletrônico e gerente próprio."O cliente abre a conta e pode fazer saques, transferências, empréstimos, pagamentos de contas, recarga de celular, obter cartão de crédito e contar com um terminal de autoatendimento conectado via satélite", informa Claudio Fernando Manzato, diretor do Banco Postal do Bradesco.A expectativa do Bradesco é de abrir no mínimo mil contas até meados de 2010. A experiência do banco flutuante deve ser ampliada para outras regiões, como a Ilha de Marajó, no Acre. A maioria dos correntistas que abriram contas na primeira viagem é de aposentados que antes precisavam se deslocar para cidades com agências bancárias para receber seus proventos.Segundo Manzato, o Bradesco iniciou seu projeto de inclusão bancária em 2001, com os bancos postais. Depois vieram os correspondentes bancários (parceria com agências de correio, lotéricas e supermercados ) e os postos avançados de atendimento. Hoje, a instituição tem 9 milhões de contas nessa faixa, das quais 93% são de clientes com renda de até três salários mínimos (R$ 1.395), sendo 57% destes com renda de até um salário mínimo (R$ 1.465).O volume equivale a 35% da base total de clientes do Bradesco com conta corrente e poupança. A instituição abre em média 6 mil novas contas diariamente entre a população de renda mais baixa, que antes não tinha acesso à rede bancária. Entre a classe de renda mais elevada, a abertura de novas contas é metade dessa média.De acordo com Manzato, calcula-se que ainda há 56 milhões de pessoas "desbancarizadas". Dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostram que em 1997 havia 42,2 milhões de contas bancárias abertas no País, número que subiu para 64 milhões em 2000 e que, em 2008, último dado disponível, estava em 126 milhões. O número de agências bancárias passou de 16.396 em 2000 para 20.084 neste ano. Os correspondentes não-bancários saltaram de 13,7 mil para 108 mil.

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