PUBLICIDADE

Alemanha Oriental 'usava prostitutas como espiãs'

Programa de TV alemão diz que polícia secreta recrutava mulheres para a atividade.

Por Marcelo Crescenti
Atualização:

A polícia secreta da antiga Alemanha Oriental, a Stasi, usava prostitutas para extrair segredos de turistas ocidentais e membros do governo socialista, segundo um documentário exibido nesta terça-feira pelo canal de TV alemão MDR. O programa intitulado Sexo no socialismo mostrou documentos e relatos que provariam que a Stasi recrutava mulheres para a prostituição, apesar de a atividade ser oficialmente proibida na Alemanha socialista, punida com penas de até cinco anos de prisão. Um ex-oficial da polícia secreta da Alemanha Oriental disse, em entrevista ao programa, que as candidatas precisavam ter entre 20 e 30 anos de idade, ser solteiras, bonitas e ter "convicção patriótica". Várias prostitutas teriam sido chantageadas e obrigadas a trabalhar para a Stasi para não irem para a cadeia. Elas atuavam principalmente durante as duas feiras internacionais na cidade de Leipzig, quando centenas de turistas e homens de negócio do lado ocidental da Alemanha visitavam a cidade. 'Controle total' O programa mostrou documentos do temido chefe da Stasi, Erich Mielke, que ordenava "controle total" dos contatos entre cidadãos das duas Alemanhas durante as feiras. Os lugares em que as prostitutas encontravam seus "clientes" ocidentais eram chamados de Honigfallen - "armadilhas de mel", em tradução livre. Mas, segundo o documentário, as mulheres não extraíam segredos íntimos só dos "inimigos" vindos da Alemanha Ocidental. O canal MDR mostrou que pelo menos um ministro do governo socialista da época teve que renunciar depois de passar a noite com uma espiã e pagá-la com marcos da Alemanha Ocidental. Os relatórios das espiãs eram detalhados, e algumas delas chegaram a ganhar um prêmio em dinheiro por colaborar com a Stasi. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.