ALL tem prejuízo; espera 2o semestre mais positivo

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Por Redação
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O fraco desempenho do setor agrícola no primeiro trimestre afetou os resultados da América Latina Logística por conta da queda nos preços do transporte, mas a companhia espera um segundo semestre mais positivo, principalmente pela segunda safra de milho do ano. Entre janeiro e março deste ano, a companhia registrou prejuízo líquido de 2,4 milhões de reais, revertendo lucro de 500 mil reais obtido no mesmo período do ano passado. "O que aconteceu de mais relevante (no primeiro trimestre) é que houve um mercado muito duro como um todo", afirmou à Reuters o diretor financeiro e de relações com investidores da ALL, Rodrigo Campos. De acordo com ele, as condições climáticas adversas no sul do Brasil não foram compensadas pelo momento positivo no Centro-Oeste. O segmento agrícola responde por 70 por cento do volume transportado pela companhia. "A gente conseguiu ganhar volume, mas acabamos sofrendo com o preço. Se cai a demanda por frete, o preço cai", afirmou Campos. O yield -indicador do preço de tarifas- médio ferroviário no Brasil caiu 3,5 por cento entre janeiro e março na comparação anual, passando de 68,7 reais para 66,3 reais. Em comunicado, a companhia explicou que a redução refletia "a pressão de preços de frete no mercado spot, já que a safra de grãos no Brasil deve cair 7,1 por cento, considerando a região de atuação da ALL". O Ebitda -sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização- totalizou 320,8 milhões de reais no intervalo, crescimento de 6,4 por cento em relação aos mesmos meses do ano passado. "O Ebitda consolidado foi influenciado positivamente pelos resultados da Brado e da Ritmo, nossos novos negócios criados em 2011, e também impulsionado pelos maiores volumes da ALL Operações Ferroviárias no Brasil", informou a companhia em comunicado. A margem Ebitda, por sua vez, recuou de 45,6 por cento para 41,7 por cento. A receita líquida da ALL totalizou 768,5 milhões de reais no primeiro trimestre, crescimento de 16,2 por cento na comparação anual, em função do maior volume ferroviário e da contribuição dos novos negócios. O volume da ALL Operações Ferroviárias no Brasil aumentou 7,6 por cento no primeiro trimestre, para 9.247 milhões de TKUs (toneladas por quilômetro útil). De acordo com a empresa, o crescimento de volume foi impulsionado por ganhos de participação de mercado no segmento agrícola e por melhorias na produtividade do material rodante. Na Argentina, o volume caiu 4 por cento no primeiro trimestre, consolidando um aumento de volume na ALL Operações Ferroviárias de 6,7 por cento, alcançando 9.965 milhões de TKUs, segundo a empresa. SEGUNDO SEMESTRE POSITIVO Apesar de um resultado fraco no primeiro trimestre e uma perspectiva não muito positiva para o segundo, o diretor de RI da ALL se mostra otimista em relação ao segundo semestre no segmento agrícola. "A gente espera continuar ganhando market share como foi no quarto trimestre, que cresce mesmo em anos ruins", disse Campos. "Quando vier a safra de milho a situação melhora... o segundo semestre tem um cenário um pouco melhor", afirmou. Campos também observa que o segmento intermodal -que inclui o modelo rodoviário- mostrou crescimento de 18,5 por cento no período. "A gente cresce nos novos projetos, em um ritmo bom", disse. Para os próximos meses, o executivo espera bom desempenho do segmento intermodal, mas no "ferroviário puro" ainda existem dúvidas. "A queda da safra impacta o consumo, afeta os volumes de combustível... em construção depende do nível de atividade econômica, mas acredito que deve melhorar ao longo do ano", completou. (Por Carolina Marcondes)

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