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Alta de juros poupou credibilidade da Turquia, ameaça é limitada, diz ministro

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Por Redação
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O ministro das Finanças da Turquia, Mehmet Simsek, minimizou o impacto sobre o crescimento da forte alta nas taxas de juros na quarta-feira, afirmando que a economia teria sofrido um dano maior se a confiança no banco central fosse perdida. O BC elevou todas as suas principais taxas de juros de maneira dramática em uma reunião de emergência, conforme batalha para defender a lira, ignorando a oposição do primeiro-ministro, Tayyip Erdogan,. A ousadia da ação surpreendeu os investidores, provocando alta da lira e causando uma retomada geral no apetite por risco global, mas levantou a perspectiva de a Turquia não cumprir a meta de crescimento de 4 por cento este ano, algo que Erdogan quer evitar com um ciclo eleitoral começando em dois meses. "Se não preservamos a credibilidade, o crescimento vai perder terreno em uma escala muito maior, enfraqueceria com muito mais rapidez", disse Simsek à emissora turca NTV quando questionado sobre o anúncio dos juros. "Houve uma rápida retomada do câmbio, o que é uma indicação de retomada da credibilidade", acrescentou. A lira se fortaleceu a 2,18 liras por dólar imediatamente após a alta dos juros, após ter alcançando mínima de 2,39 por dólar na segunda-feira. Ela reduziu seus ganhos, entretanto, e às 9h40 estava no patamar de 2,23 liras por dólar. Erdogan tem sido um feroz oponente da elevação dos custos de empréstimo, reclamando do que descreve como "lobby da taxa de juros" de especuladores que buscam sufocar o crescimento e prejudicar a economia. Horas antes da decisão do BC, ele reiterou ser contra o aumento dos juros. "O impacto da alta dos juros sobre o crescimento certamente seria negativo. Entretanto, sem a alta a lira estava em queda livre. Isso afetaria a atividade econômica muito mais", avaliou o economista-chefe do Oyak Securities, Mehmet Besimoglu. (Reportagem de Humeyra Pamuk, Ayla Jean Yackley, Ece Toksabay, Dasha Afanasieva)

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