
03 de junho de 2012 | 03h04
Ao fim da maratona, 11 produtos foram patenteados. O resultado foi um recorde dentre as 36 edições do desafio, realizado em diversas cidades do mundo. As invenções brasileiras vão desde aplicativos para celulares com foco em mobilização, cidadania e acessibilidade até descargas sanitárias com redução de 90% do consumo de água.
Também foram criados os protótipos de um chuveiro que reutiliza o calor do ambiente para aquecer a água e de um filtro de água movido a energia solar para instalar na orla e em locais públicos - produto que despertou interesse de investidores.
"Não precisamos pensar nos grandes problemas do mundo, mas naqueles que nos afetam. Com uma ideia simples podemos diminuir em 80% o gasto de energia dos chuveiros, um vilão da nossa matriz energética", afirmou Gustavo Araújo, da Universidade Federal Fluminense.
O desafio mobilizou estudantes de mestrado e doutorado de diferentes áreas do conhecimento. Divididos em duas equipes, durante os três dias eles mal dormiram ou deixaram a sala de projetos, onde um grande relógio mostrava a contagem regressiva para o prazo de 72 horas.
A metodologia, segundo o idealizador do projeto, Kaj Mickos, reproduziu a situação de urgência dos problemas que serão discutidos na Rio+20. "Não é o mais forte ou mais inteligente que sobrevive, mas aquele com a maior capacidade de se adaptar. E o Brasil é abençoado. As pessoas das favelas estão inovando diariamente, buscando soluções. Elas são valiosas e só precisam de oportunidades. O Rio pode ser a capital da inovação."
A filosofia da inovação cativou os participantes, que esperam dar continuidade aos produtos e replicar o modelo em outros projetos. "Aqui pensamos no mercado, mas podemos direcionar o olhar da inovação para as políticas públicas e os problemas sociais. Onde estão os maiores problemas é de onde saem as melhores soluções", disse Ana Buarque, mestranda em Engenharia Ambiental pela PUC-Rio.
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