AmBev vai adotar rios do Distrito Federal

Programa prevê investimentos na Bacia de Corumbá

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Por Naiana Oscar
Atualização:

De olho na preservação de sua principal matéria-prima - a água -, a cervejaria AmBev vai adotar uma bacia hidrográfica. A primeira a ser beneficiada pelo projeto é a Bacia de Corumbá, no Distrito Federal, que inclui a área do Lago Paranoá. Essa iniciativa integra um programa maior, feito em parceria com a ONG holandesa WWF, e batizado de Movimento Cyan - o nome é uma referência à cor azul da água. Os detalhes do projeto serão divulgados hoje. As metas da companhia para a bacia de Corumbá foram estabelecidas para um prazo de três anos. E, como é de praxe na empresa, os funcionários e executivos que conseguirem atingi-las serão recompensados com bônus generosos no fim de cada ano, que podem chegar a 12 salários. Inicialmente, a cervejaria vai financiar os projetos para formação do comitê gestor da bacia hidrográfica, que envolve representantes da iniciativa privada e do poder público dos municípios da região. Deve partir depois, para ações educativas, de conscientização da população local. Estudantes, por exemplo, vão monitorar a qualidade da água dos rios e córregos que compõem a bacia. Uma das 32 fábricas da AmBev no País está instalada nessa região do Centro-Oeste e capta sua matéria-prima dos rios que integram a bacia. Os funcionários dessa unidade também serão incentivados a participar das ações como voluntários. "Vamos parar de olhar para dentro e ultrapassar o muro da fábrica", disse o diretor de Sustentabilidade da empresa, Sandro Bassili. "A ideia é influenciar as bacias hidrográficas em que estamos presentes e, assim, influenciar toda a cadeia." Uma das metas da companhia é fazer com que o programa seja autossustentável ao fim dos três anos estabelecidos. A empresa não informa quanto será investido nesse projeto. Internamente, a AmBev já desenvolve programas de gestão ambiental há um bom tempo. Muito mais do que boas intenções, a iniciativa faz parte da política agressiva de redução de custos adotada pela cervejaria. Em sete anos, ela conseguiu economizar 14 bilhões de litros de água. No ano passado, para cada litro de cerveja ou de refrigerante produzido, a empresa gastou 3,9 litros de água. Em 2008, eram necessários 4,11 litros de água para a fabricação da mesma quantidade de bebida. Na última década, além de adotar um processo de reúso de água, a AmBev instalou estações de tratamento em todas as suas fábricas. Com isso, consegue devolver ao rio parte do que foi extraído para a fabricação de cervejas. "Conseguimos fazer uma gestão ambiental integrada à gestão fabril", disse Bassili. Cada uma das fábricas tem um gerente de "ecoeficiência" responsável pelas metas de sustentabilidade da empresa. Outros 300 funcionários também atuam diretamente nesse processo."São iniciativas que darão resultado a longo prazo, e que com certeza vai agregar lucro à empresa", disse Samuel Barreto, diretor da ONG WWF, responsável pelos estudos da Bacia de Corumbá.

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