América Latina avança devagar rumo a meta do milênio

Globalmente, a tendência positiva na redução da pobreza deve-se "ao extraordinário sucesso" dos países do sul e do leste da Ásia

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Por Agencia Estado
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A América Latina progride a um ritmo mais lento que a maioria das regiões em desenvolvimento na direção do cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), afirma um relatório apresentado hoje pela ONU, que indica que esse atraso evidencia-se, principalmente, na redução da pobreza extrema. Globalmente, a tendência positiva na redução da pobreza deve-se "ao extraordinário sucesso" dos países do sul e do leste da Ásia, afirmou o subsecretário-geral da ONU, Mark Malloch Brown, ao apresentar um relatório que avalia os avanços rumo aos ODM. Entre os Objetivos do Milênio, adotados em 2000, está o de reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população com renda inferior a um dólar por dia, em comparação ao nível de 1990. A América Latina "está indo menos bem" do que outras regiões, pois a pobreza - medida por essa renda de um dólar diário, calculado de acordo com a paridade do poder de compra - só caiu de 11% para 9%. Em declarações à EFE, Malloch Brown analisou o caso latino-americano. Ele disse que observava uma "forma de frustração frente à liderança política e às instituições internacionais", pois as reformas "não provocaram melhoras notáveis nas condições de vida do povo, como aconteceu na Ásia". O subsecretário-geral afirmou ainda que uma explicação para isso é a "rigidez" da economia, "com um nível surpreendentemente baixo de trocas comerciais entre os países da região". A isso soma-se o fato de que "o nível de desigualdade estrutural é tão alto que boa parte do crescimento permanece nas elites, que são muito ricas, sem ter o mesmo impacto nos setores menos favorecidos". O relatório sobre os ODM afirma que a proporção de pessoas que sofrem fome na América Latina caiu de 13% para 10% no período 1990-2003, enquanto a mortalidade de crianças menores de cinco anos baixou de 54 por mil para 31 por mil. Outros aspectos nos quais a região experimentou progressos relevantes são o acesso à educação primária, que passou de 86% para 95% no mesmo período, e a proporção de partos atendidos por pessoal especializado, que progrediu de 72% para 88%.

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