Anjo ou demônio?

Astro de Sobrenatural Jensen Ackles diz que ego é perda de tempo e que, para ele, ‘vá para o inferno’ tem outro sentido

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Por Alline Dauroiz/ LOS ANGELES
Atualização:

Jensen Ackles não é daqueles atores que já sabiam desde sempre o que queriam ser. Quando pequeno, conta que era muito palhaço e chegou a fazer peças na escola, mas, depois, pensou em fazer Medicina Esportiva. Foi só quando se mudou para Los Angeles, aos 18 anos, que "achou natural" virar ator. "Um dia pensei: ‘Isso é legal, paga bem e é divertido acordar e fazer performances’", disse Ackles em entrevista à imprensa internacional, da qual o Estado participou.

Hoje, aos 32 anos, o moço, que não raro figura entre os mais sexies de Hollywood, além de já ter trabalhado com James Cameron (em Dark Angel), é a estrela de Supernatural, série da Warner que foi esticada e estreia sua 6.ª temporada no Brasil em novembro. Neste papo, o ator conta a receita para ficar tanto tempo na TV matando anjos e demônios.

 

 

O que achou de a série ser esticada para um 6º ano?

 

Fiquei bem feliz, porque o Eric (Kripke, o criador da série) só ia fazer o 5.º ano. Então, minha expectativa para a 6.ª temporada é maior do que qualquer outra – exceto quando fui para o inferno (no final da 3ª temporada), porque aí sim pensei: "Será que vou ter trabalho no próximo ano?"

 

 

A expressão "vá para o inferno" hoje tem outra conotação para você?

 

(Risos) Mas agora já morri umas cem vezes, e já nem me importa mais.

 

 

Não enjoa contracenar a maior parte do tempo só com o Jared Padalecki?

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Sabe, ter Misha (Collins, o anjo Castiel) e Jim (Beaver, o Bobby) na vida desses caras é ótimo porque isso dá ao público a chance de vê-los interagir com outras pessoas.

 

 

E do que você não gosta?

 

Do tempo que leva para gravar um episódio, especialmente nesse gênero de séries de uma hora. Um filme se faz em dois, quatro meses. Filmamos em um passo muito acelerado, tanto quanto um filme, mas fazemos isso por nove meses e por cinco anos. Isso pode ser bem cansativo, mas como digo: esse é um bom problema a se ter.

 

 

Qual é a dica para manter uma série como Supernatural no ar por tanto tempo?

 

Acho que o gênero é bem aceito. Uns gostam de comédia para rir, outros de drama para chorar e há quem goste de terror para se assustar. Mas a verdadeira receita do sucesso é o relacionamento entre os irmãos. Combinamos o terror e o fator emocional desses dois personagens semana a semana.

 

 

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Você e o Jared interpretam irmão por tanto tempo, sentem-se um pouco como irmãos?

 

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A série não teria sido a mesma se nós não tivéssemos essa química, tanto no set, como fora. E não somos só nós dois. Trabalhamos há cinco anos com as mesmas 150 pessoas. Vimos bebês nascerem, houve o meu casamento e o do Jared, carregamos novos bebês... Houve muitos marcos com o grupo. Lembra o colegial, quando você vê as mesmas pessoas todo o dia. Jared e eu brincamos que temos sido Sam e Dean pelos últimos cinco anos, mais do que temos sido nós mesmos. Não sei se isso é uma espécie de perda de identidade, mas é uma situação única. Temos um clima bem descontraído no estúdio, não existem grandes egos, não tem divas, nada disso.

 

 

Você não é uma diva?

 

Eu? Não, não. Isso é desperdício de tempo pra todo mundo. E muita gente que é convidada para fazer uma participação diz: "Caras, vocês se divertem muito". Quando a câmera está filmando outra pessoa em cena, e eu ou o Jared estamos atrás da câmera, a gente testa quanto tempo eles ficam sem rir em uma cena séria. Não gostamos que eles sejam sérios.

 

 

Essa descontração aparece em um episódio que vocês tiram sarro de vários programas de TV (o 8º episódio do 5º ano), não?

 

Sim, o episódio Changing Channel foi engraçado. É que fazemos muita palhaçada nos intervalos, e os roteiristas acabaram pegando algumas dessas ideias. Gosto de não nos levarmos a sério, gosto que a série mostra eventos reais, traz coisas da cultura moderna, porque isso é entretenimento e, no fim, queremos ser um show divertido.

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