O ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, enviado à Síria pela ONU e a Liga Árabe, se encontrou neste sábado com o presidente sírio, Bashar al-Assad, para pressionar por uma solução política para o levante popular e a sangrenta repressão governamental, que já duram um ano e causaram a morte de milhares de pessoas. A TV estatal síria afirmou que durante as conversações a "atmosfera era positiva", mas não deu detalhes. A diplomacia não resultou de imediato na interrupção da violência. As forças sírias bombardearam a cidade de Idlib, no noroeste do país, ferindo 20 pessoas. Ainda neste sábado, três soldados foram mortos num ataque de rebeldes contra veículos blindados que tentavam avançar na cidade, segundo o grupo oposicionista Observatório Sírio para os Direitos Humanos. "As forças do regime acabaram de invadir Idlib com tanques. Agora está havendo bombardeios pesados", disse um ativista contatado por telefone. Durante a ligação era possível ouvir o ruído de explosões. No início do dia Annan se reuniu no Cairo com o chanceler russo, Sergei Lavrov, numa evidência do papel crucial que a Rússia, um dos poucos países amigos de Assad, poderia desempenhar na solução do conflito. De acordo com o Ministério de Relações Exteriores russo, Lavrov reiterou o chamado da Rússia para o fim da violência e início do diálogo, e enfatizou a oposição do país à interferência estrangeira na Síria. As divergências internacionais paralisaram as ações na questão síria. A Rússia e a China se opõem aos apelos de países árabes e do Ocidente pela renúncia de Assad, que herdou o poder do pai 12 anos atrás. Annan também planeja se reunir com dissidentes sírios antes de partir de Damasco, no domingo.