Antes de visita aos EUA, papa fala sobre aborto e gays

O casamento gay é uma importante questão política nos EUA, que elegem novo presidente neste ano

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Por PHIL STEWART
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O papa Bento XVI, antes de sua primeira visita aos Estados Unidos, elogiou nesta sexta-feira, 29, os norte-americanos que se opõem ao casamento gay e ao aborto, e pediu desarmamento nuclear global. Veja também:Eleições nos Estados Unidos Em um discurso para a nova embaixadora americana, Mary Ann Glendon, o pontífice tocou em questões que ele provavelmente citará em sua visita entre 15 e 20 de abril, durante a qual vai se reunir com o presidente George W. Bush, em Washington, e falará às Nações Unidas. O Vaticano marcou a visita antes da fase final da campanha eleitoral nos EUA, de forma a evitar qualquer acontecimento que pudesse ser visto como uma tentativa de influenciar a votação. Mas em seu discurso para Glendon, 69, uma professora de direito de Harvard que foi assessora de vários departamentos do Vaticano, o papa falou sobre questões políticas sensíveis. Ele disse que o fato de os norte-americanos apreciarem o papel da religião na vida pública é "refletido nos esforços de muitos dos seus compatriotas e líderes governamentais para garantir a proteção legal para o presente da vida de Deus, desde a concepção até a morte natural". O pontífice também discursou sobre proteger a família e "a instituição do casamento, reconhecida como uma união estável entre um homem e uma mulher". O casamento gay é uma importante questão política nos EUA. Massachusetts é o único Estado dos EUA que permite casamentos entre pessoas do mesmo sexo, apesar de vários outros aceitarem uniões civis para casais gays. Mais de 25 Estados têm emendas constitucionais que impedem casamento entre homossexuais. O pontífice também disse a Glendon, amiga de Bush, que os problemas do mundo vão muito além do terrorismo. "O progresso da família humana é ameaçado não apenas pela praga do terrorismo internacional, mas também por ameaças à paz, como a aceleração da corrida armamentista e a continuidade das tensões no Oriente Médio", disse o papa. Ele pediu que haja confiança e compromisso com "organizações internacionais, como as Nações Unidas, para estimular o diálogo e reduzir as tensões globais". Glendon é a segunda embaixadora norte-americana no Vaticano.

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