Apagão no Copom some com provas em ataques do PCC

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Por AE
Atualização:

Um apagão nos gravadores do Centro de Operações da Policia Militar (Copom) sumiu com provas importantes para a apuração dos 104 casos de pessoas mortas por policiais durante a reação aos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) em 2006. Segundo a PM, os gravadores responsáveis pelos registros das comunicações do centro com os carros da PM entraram em pane, coincidentemente, ao mesmo tempo que o aparelho restaurador de fitas, o Data Digital Storage (DDS), também apresentou problemas técnicos, não ''permitindo restaurar as comunicações''. Quem fez essa revelação foi o coronel Ailton Araújo Brandão, chefe do Comando de Policiamento da Capital (CPC) em ofício enviado ao juiz Luiz Toloza Neto, da 3ª Vara do Júri de São Paulo. No documento, o coronel diz que os equipamentos responsáveis por gravar as comunicações do Copom pararam de funcionar no dia 26 de abril, 17 dias antes do início da primeira onda de atentados do PCC, por causa de ''problemas técnicos'' devidos ao ''desgaste natural pelo uso'', voltando ''a funcionar de forma precária no dia 11 de julho - a terceira e última onda ocorreu em agosto. "É uma coisa incrível que tenham demorado tanto para consertar. Eram provas importantes que poderiam corroborar ou negar a tese dos PMs", disse o ouvidor da Polícia de São Paulo, Antônio Funari Filho. O assessor de direitos humanos da Procuradoria-Geral de Justiça, promotor Carlos Cardoso, disse achar "tudo isso muito suspeito, considerando as circunstâncias em que os fatos se passaram". O promotor se refere à reação aos ataques do PCC - a facção matou 59 agentes públicos, entre os quais 25 PMs. "Há fortes evidências de que inocentes foram assassinados por policiais tresloucados", disse. Para Cardoso, o caso do apagão nos gravadores precisa "ser objeto de apuração específica". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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