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Após superar R$2,41 no intradia, dólar reduz alta e fecha a R$2,3913

Por BRUNO FEDEROWSKI
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O dólar fechou esta quinta-feira com avanço superior a 1 por cento, após superar no intradia o patamar de 2,40 reais pela primeira vez em quatro meses, reagindo à menor atuação do Banco Central no mercado de câmbio na nova fase do programa de intervenções diárias. A moeda norte-americana avançou 1,35 por cento, para 2,3913 reais na venda, nível mais alto desde 22 de agosto, quando o BC anunciou o programa de intervenções diárias no câmbio. Na máxima do dia, a divisa tocou 2,4105 reais, superando no intradia o nível de 2,40 reais pela primeira vez desde 3 de setembro. O movimento foi exacerbado pelo baixo volume de negócios, decorrente das festas de fim de ano. Muitos operadores ainda estavam afastados das mesas de câmbio no primeiro pregão de 2014. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,3 bilhão de dólares, abaixo da média diária vista em dezembro, de 1,5 bilhão de dólares. "Nesse novo ajuste do programa de intervenções no câmbio, o BC passa a oferecer menos contratos. Com o mercado com baixo volume, o pessoal aproveitou isso para testar níveis mais altos para o dólar", afirmou o diretor de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho. O BC vendeu nesta manhã a oferta total de 4 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalentes a venda futura de dólares-- com vencimento em 2 de maio de 2014, dando continuidade às atuações diárias. O leilão teve volume financeiro equivalente a 199 milhões de dólares. É a primeira operação nos novos moldes do programa de rações diárias, que reduziu em cerca de dois terços a oferta de hedge cambial. No ano passado, o BC ofertava 10 mil contratos por dia nas ofertas de swap cambial tradicional de segunda a quinta-feira, e realizava também leilões de dólares com compromisso de recompra às sextas-feiras. "No dia a dia, a gente precisa ver se o BC vai entrar com mais rigor, mas por enquanto, esse cenário é favorável a alguma pressão sobre o dólar", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira, ressaltando que o BC vem demonstrando atenção ao patamar de 2,40 reais. Segundo analistas, a tendência é que o dólar volte a testar esse patamar à medida que o Federal Reserve, banco central norte-americano, dá prosseguimento à redução de seu programa estímulo monetário, reduzindo a oferta de liquidez global. O Fed anunciou no mês passado a redução do programa de compra de títulos em 10 bilhões de dólares, para 75 bilhões de dólares ao mês, e afirmou que deve continuar realizando cortes "comedidos" nas próximas reuniões. Além disso, a situação fiscal brasileira vem preocupando investidores, que temem a possibilidade de rebaixamento da classificação de risco do Brasil. "A tendência natural é que o dólar deve ultrapassar 2,40 reais, mas precisamos esperar a reação do BC, que pode voltar com os leilões mais fortes", afirmou o gerente de operações da Confidence, Felipe Pellegrini. Ele ressaltou, entretanto, que a autoridade monetária pode permitir esse movimento caso o ritmo de fortalecimento do dólar não seja exagerado.

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