Após tiroteio, obra do PAC é suspensa em favela do Rio

PUBLICIDADE

Por PEDRO DANTAS
Atualização:

Estão suspensas até segunda-feira as obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) no conjunto de favelas Pavão-Pavãozinho-Cantagalo, em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro. O confronto entre policiais e traficantes ocorrido ontem no complexo foi tão violento que o prédio onde funciona o escritório da OAS, empresa responsável pelas obras, ficou destruído. Hoje, a empresa não permitiu acesso ao local, mas funcionários relataram os momentos de pânico que viveram. Eles só aceitaram dar entrevista depois de descerem do morro, e, ainda assim, sem revelar seus nomes. "Os traficantes se esconderam no primeiro andar, onde funcionam a cozinha e o refeitório. Ainda há duas poças de sangue no refeitório, pois a empresa aguarda a perícia do seguro da obra (por conta disso, o local do crime foi preservado e não foi possível fazer a limpeza)", descreveu um deles. "Houve um pequeno incêndio na cozinha e tudo foi destruído por tiros de fuzil, que furaram as paredes de madeira." Um supervisor, que não estava entre os 20 funcionários que ficaram encurralados no prédio, contou que sua sala foi atingida por vários tiros. No conflito, três criminosos morreram e outros três ficaram feridos. Ontem, a polícia chegou a divulgar a morte de um quarto homem em um confronto no alto do morro no início da operação, mas depois recuou. O eletricista Josenildo Queiroz continua sendo procurado pela polícia para prestar esclarecimentos. Interceptações telefônicas mostraram que ele desviava material de construção da obra para traficantes. As informações foram colhidas durante uma investigação, iniciada em maio, sobre os bandidos do morro - que não só atuariam como traficantes de drogas, mas também seriam responsáveis por roubos a turistas na área.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.