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Aposentada britânica é condenada por matar marido que confessou traição

Patricia Wakeford deu uma facada no marido quatro anos depois de ele ter revelado ter tido um caso com sua melhor amiga.

Por BBC Brasil
Atualização:

A Justiça britânica condenou uma mulher por matar o marido, que achou que ia morrer e confessou tê-la traído com sua melhor amiga. Patricia Wakeford, 67, foi condenada por homicídio culposo - sem intenção de matar - pela corte de Guildford, no condado de Surrey, na segunda-feira. A sentença será dada no dia 24 de junho. Em setembro do ano passado, Patricia matou o marido de 75 anos, Tony Wakeford, com uma facada no coração. Quatro anos antes, quando estava no hospital e pensava que ia morrer, ele havia confessado o caso extraconjugal. O marido sobreviveu e voltou para casa, mas o casal continuou tendo desavenças a respeito da traição, segundo as evidências apresentadas no julgamento. O incidente fatal ocorreu no dia 4 de setembro de 2010, durante uma briga do casal por causa da traição. Patricia alegou que estava descascando legumes com uma faca de cozinha e que fora atacada pelo marido. Em defesa própria, teria tentado se proteger. Tony morreu com uma única perfuração no coração, embora demonstrasse cortes nas mãos, nos braços e na perna. Segundo a versão de Patricia, a briga já tinha terminado e Tony morreu em consequência dos ferimentos. 'Amor da vida' O casal havia se conhecido quando Patrícia tinha 17 anos de idade. Dizia-se que os dois eram "feitos um para o outro". Com a idade, Tony desenvolveu mal de Parkinson e precisou dos cuidados da esposa. Em 2006, pensando que morreria por conta da doença, ele contou à mulher que havia tido um caso com sua melhor amiga. Desde então, segundo as evidências apresentadas ao júri, Patricia explodia em episódios de raiva. Um vizinho disse à polícia que, no dia anterior ao crime, ouviu a mulher gritar repetidamente por dez minutos que odiava o marido. "É possível sentir certa empatia em relação à senhora Wakeford, uma mulher que foi traída pelo marido, de quem teve de tomar conta à medida que a saúde dele se deteriorava", disse aos jurados a promotora Alexia Durran. "Mas é preciso olhar friamente para as evidências. Ela fez uso calculado de uma faca durante um momento de raiva em relação a um caso que vinha crescendo e se transformando em uma bola de neve dentro dela nos anos anteriores." A defesa apresentou evidências de que ela sofria de um trauma mental resultante da reação à notícia. Testemunhas disseram que a esposa é uma mulher gentil. O júri do caso, formado por sete homens e cinco mulheres, decidiu por unanimidade que a mulher realizou um ato ilegal sem a intenção de ferir mortalmente o marido. "Todos os fatos deste caso muito triste foram levados para o júri, que decidiu que a ré, que tomava conta do marido, é culpada de homicídio culposo", disse o detetive Chris Raymer, da polícia de Surrey. Em nota, a família do aposentado disse que "não esperava" o veredicto e pediu respeito à sua privacidade. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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