Artistas fazem maratona em ''rave cultural''

Fuzarca, que começa hoje em São Paulo, terá 12 horas de exibições musicais, fotográficas e audiovisuais

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Por Filipe Vilicic
Atualização:

A proposta da Fuzarca é ser uma espécie de rave da cultura independente. Com mais de 12 horas de duração, a festa ocupa hoje a Casa das Caldeiras, na Barra Funda, com seis bandas, seis exposições de fotos e dez trabalhos audiovisuais. "Os artistas são independentes e novatos e foram escolhidos em um concurso", diz o produtor Leonardo Virno, idealizador e organizador do evento. "Queremos nos tornar um espaço de visibilidade para iniciantes e mostrar para o público que é possível unir diversão e balada com manifestações culturais ousadas e de qualidade." Espera-se 1.500 pessoas no festival. Os ingressos serão vendidos na porta e será dada uma pulseira para que os frequentadores possam entrar e sair quando quiserem.Cerca de 150 projetos musicais, fotográficos e audiovisuais participaram da seletiva, que teve início em março e foi divulgada em faculdades na capital. "Meu grupo tem apenas dois anos e realizamos só dez shows", diz o guitarrista Daniel Guttilla Zacharias, da Intravenal Groove S/A, uma das escolhidas. "Espero que a oportunidade abra portas." O concurso durou dois meses e um júri indicou os vencedores. "Recebemos até trabalhos de outros Estados", diz Virno. "Há fotógrafos do Ceará e do Paraná."As bandas - três instrumentais, uma de eletrônico e duas de rock - fazem shows ao longo da noite. Uma galeria recebe as fotos e os trabalhos audiovisuais são exibidos a partir das 21 horas. Sete convidados também se apresentam, como o grupo Loungetude 46°, que mistura dança, música e artes plásticas. Ao todo, são 86 artistas. Ainda está previsto um espaço onde serão gravados depoimentos com base em perguntas tiradas de uma urna pelo público. "Há provocações como "você sente Deus?"", diz Virno. Os vídeos serão exibidos em telões.Virno concebeu a Fuzarca há dois anos, quando abandonou a profissão de advogado para trabalhar em uma produtora. "Sempre tive amigos artistas e via as dificuldades pelas quais eles passavam para divulgar seus trabalhos", afirma. "Gosto de ajudá-los. Uma vez, consertei um Fusca de um guitarrista que usou o carro em shows na Praça do Pôr do Sol, onde o chamaram para tocar com Ney Matogrosso."O sonho de Virno era organizar uma festa que servisse de vitrine para os artistas que gosta de auxiliar. Assim surgiu a Fuzarca. Virno vendeu seu apartamento para levantar dinheiro para a balada. "Sei que a empreitada terá sucesso", afirma. "Já há patrocinadores interessados em bancar a próxima." O objetivo é ter uma edição por semestre. Casa das Caldeiras - Avenida Francisco Matarazzo, 2.000; a partir das 16h; R$ 10, antes das 18h, e R$ 20, após esse horário

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