Árvores australianas que ganharam fama nas mãos de artista aborígene são destruídas

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Por Redação
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Uma dupla de árvores "goma fantasma" do deserto australiano, que ficaram famosas em aquarelas do artista aborígene Albert Namatjira, foi destruída em um suposto incêndio criminoso, pouco antes de serem incluídas no registro de patrimônio nacional. Namatjira recebeu o crédito de levar as goma fantasmas, árvores nativas representadas nas histórias aborígenes Dreamtime e batizadas por sua casca branca que brilha ao luar, para a consciência de um público mais amplo como símbolo da identidade australiana. A ministra do Progresso Indígena no Território Norte, Alison Anderson, disse que as duas árvores goma fantasma que aparecem em muitas das últimas obras de Namatjira foram encontradas reduzidas a cinzas alguns dias atrás. "Em suas aquarelas, (Namatjira) levou a beleza da paisagem da Austrália Central para o mundo e ajudou a torná-la um símbolo da identidade australiana", disse Anderson. As autoridades acreditam que o incêndio foi deliberado. Susan McCulloch, autora da Enciclopédia McCulloch da Arte Australiana, disse ao jornal Sydney Morning Herald que a destruição das árvores goma fantasma foi "pavoroso e um ato trágico de vandalismo cultural". Nascido no Território Norte em 1902, Namatjira fez sua primeira exposição em 1938 e pintou pelas duas décadas seguintes, ganhando aclamação internacional antes de morrer em 1959. As histórias aborígenes Dreamtime passam de geração a geração para recontarem as crenças indígenas sobre a criação do mundo e suas criaturas pelos espíritos totêmicos em uma época conhecida como Dreamtime. (Reportagem de Jane Wardell)

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