Assassino em série teria matado 13 homossexuais em SP

Delegado acredita que mesma pessoa matou homossexuais no Parque Paturis

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Por Agência Estado
Atualização:

Um assassino em série tem aterrorizado os freqüentadores do Parque Paturis, em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Segundo a polícia, 13 homossexuais foram executados entre fevereiro do ano passado e agosto deste ano. No começo do mês, o retrato falado de um suspeito foi feito, mas não será divulgado para não atrapalhar a investigação. Investigadores à paisana também passaram a circular pelo parque de madrugada na tentativa de flagrar o criminoso, que ataca após a meia-noite, quando os gays começam a chegar ao local. De acordo com a polícia, a hipótese dos crimes terem sido cometidos pela mesma pessoa foi levantada há quatro meses, quando o delegado Paulo Fernando Fortunato passou a ser responsável pela polícia da área. Ontem, Fortunato informou que as investigações vão começar do "zero". "Vamos ouvir novamente todas as famílias das vítimas que eram homossexuais. Ainda pedi uma perícia nos projéteis para saber se saíram da mesma arma." Fortunato está convencido de que se trata de um "serial killer" com "ódio" de homossexuais e disposto a "limpar o parque". A maioria das vítimas foi encontrada de bruços, com a calça na altura do joelho e as partes íntimas expostas. Os tiros, ainda segundo Fortunato, partiram de um revólver calibre 38. Os disparos, na maioria das vezes, foram dados na nuca. O policial não soube dizer se as vítimas tinham mantido relações sexuais antes de ser executadas. "Pelo que vimos nos inquéritos, não dá para afirmar se tinham sêmen nos corpos. Teremos de refazer tudo." Testemunha Recentemente, uma testemunha, um rapaz que seria homossexual e freqüentador do parque, prestou depoimento. Ele também ajudou a polícia a fazer o retrato falado do suspeito - que usa moletom com capuz, tem aproximadamente 1,65m, é musculoso e de cor parda. Foi essa mesma testemunha quem presenciou o assassinato de Miguel Oliveira, de 47 anos, em 2 de agosto deste ano. A vítima chegou ao parque de madrugada em um Fiat Uno quando foi executada e não teve nada roubado. Das 13 vítimas, somente uma foi executada a pauladas. "Mesmo assim não existe dúvida de que se trata do mesmo matador", garantiu Fortunato. Os mortos são de origem humilde, não tinham passagem por crimes e chegaram ao parque a pé, de moto, de bicicleta ou de carro, vindas da própria cidade, de Cotia e Osasco, na Grande São Paulo, ou da capital. Muitas tinham RG da Bahia e do Piauí e trabalhavam como pedreiro ou ajudante geral.

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