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Associação defende desconto em planos

Para o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, pessoas com hábitos saudáveis, como não fumantes, devem pagar menos

Por Clarissa Thomé
Atualização:

A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) vai propor a criação de planos de saúde de acordo com o perfil do consumidor. A ideia é oferecer incentivos - como desconto ou uma espécie de premiação - às pessoas que têm hábitos saudáveis. O tema será levado à câmara técnica da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), informou ontem o presidente da Abramge, Arlindo de Almeida, no encerramento do 15.º congresso da entidade, realizado no Rio. "Sou favorável a oferecer vantagens aos pacientes que, por exemplo, não fumem. Há o caso dos seguros de automóveis, em que as mulheres têm um desconto porque, comprovadamente, são mais prudentes", afirma. Para ele, a iniciativa pode funcionar como incentivo para que as pessoas tenham comportamentos mais saudáveis. "Ajuda as pessoas a pararem de fumar ou de ingerir bebidas alcoólicas. Enfim, as pessoas de hábitos saudáveis têm de ser beneficiadas." A proposta ainda está sendo formulada pela Abramge. Almeida afirma que a adoção de planos por perfis seria uma forma de reduzir custos das operadoras. "Esse tipo de plano fará com que as pessoas façam medicina preventiva. As operadoras oferecem serviços como grupos antitabagismo, para diabéticos ou obesos. Mas a adesão é pequena." "Com atenção." O presidente da ANS, Maurício Ceschin, disse que o órgão regulador vai "olhar (o tema) com atenção". Ele afirmou que um grupo de trabalho estava sendo criado para tratar de incentivos com relação aos idosos. "Quando a gente pensar em modelos (de financiamento para planos de saúde para idosos), a gente tem de pensar naquelas pessoas de terceira idade que fazem prevenção e acompanhamento para evitar problemas adicionais àqueles inerentes da própria faixa etária. Nesse sentido, criar incentivos, inclusive econômicos, é um dos temas que estão sendo discutidos", afirmou, em a sabatina feita por entidades ligadas à saúde suplementar e grupos de defesa do consumidor. A coordenadora de Relações Institucionais da Proteste, Maria Inês Dolci, diz que o perfil dos consumidores é levado em conta pelas operadoras. "Há exclusões do plano de acordo com os riscos. Num plano coletivo com muita sinistralidade, a mensalidade fica muito mais cara."

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