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Associação questiona testes da PF para leite longa vida

Por BETH LOPES
Atualização:

O vice-presidente da Associação Brasileira de Longa Vida (ABLV), Laércio Barbosa, colocou hoje sob suspeição os testes realizados pela Polícia Federal para deflagrar a operação Ouro Branco, que identificou uma série de fraudes na produção de leite no País. "A fraude ocorreu na matéria-prima e não no produto final, as indústrias estão sendo vítimas", disse Barbosa, garantindo que não há fraude no leite longa vida. Apesar da afirmação, o vice-presidente ABLV, que também é sócio-controlador do Laticínios Jussara, disse que não existe um teste que possa detectar adição de produtos como soda cáustica ao leite longa vida vendido ao consumidor. Na defesa que fez das indústrias do segmento, ele disse que o setor vem pagando um alto preço e teme que o assunto se torne um novo caso "Escola Base", que ficou conhecido em todo o País por ter denunciado erroneamente os diretores de uma escola para crianças em São Paulo. Barbosa disse que, em 2008, a entidade vai lançar um selo para garantir a qualidade do produto vendido ao consumidor. Segundo ele, a confiança do mercado neste produto pode ser traduzida pela evolução do consumo - em 1990, a produção era de 187 milhões de litros de leite longa vida e, no ano passado, foram produzidos mais de 5 bilhões de litros. "Gostaria de deixar claro que o setor foi injustamente associado a esta fraude e não há nenhum laudo atestando irregularidades no produto final". Por conta das denúncias divulgadas, a indústria do leite longa vida teve uma queda de 10% na venda de seus produtos apenas na semana passada. Segundo Barbosa, nesta semana, a queda foi de apenas 5% e ele espera que o mercado se normalize em breve. "Infelizmente pagamos a conta", reclamou, e voltou a cobrar pela indústria para uma fiscalização mais rígida do Ministério da Agricultura em toda a cadeia produtiva do leite. Nova Metodologia "A indústria está cobrando uma nova metodologia, pois existe deficiência na fiscalização do Ministério da Agricultura, que conta com apenas 230 fiscais para atuar em todo o País", afirmou. Barbosa fez um apelo aos consumidores para que continuem acreditando em suas marcas de confiança. E reiterou: "O consumidor pode ter tranqüilidade e segurança ao comprar nosso produto".

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