Atacado cai, IGP-DI é o menor desde dezembro de 2009

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Por Redação
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A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) desacelerou bem mais que o esperado em maio, registrando a menor leitura desde dezembro de 2009, em razão de uma queda de custos no atacado. O índice geral teve variação positiva de apenas 0,01 por cento em maio, ante alta de 0,50 por cento em abril, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira. Analistas consultados pela Reuters previam alta de 0,30 por cento, de acordo com a mediana de 15 estimativas que variaram de 0,13 a 0,49 por cento. Entre os componentes do IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) recuou 0,63 por cento em maio, depois de subir 0,24 por cento no mês anterior. "Temos quedas de matérias-primas, de combustível, de produtos alimentares e intermediários. Foi algo bem disseminado", disse o economista da FGV Salomão Quadros. As commodities tiveram um papel forte na queda no atacado, com baixa de 3,16 por cento, a segunda seguida e a maior desde agosto de 2008. "Elas já começaram a cair com demanda um pouco mais fraca, aumento da oferta de produtos agrícolas e... uma especulação menor no mercado de commodities", afirmou Quadros. O IPA agrícola declinou 3,19 por cento, ante baixa anterior de 0,66 por cento. O IPA industrial desacelerou a alta para 0,32 por cento, comparado a 0,58 por cento antes. As principais quedas individuais de preços no atacado foram de algodão em caroço, laranja, álcool etílico anidro, ovos e aves. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu em ritmo menor, de 0,51 por cento nesta leitura, contra 0,95 por cento em abril. Os custos do grupo Alimentação arrefeceram a alta para 0,47 por cento, após 1,04 por cento no mês anterior. Os de Vestuário subiram 0,71 por cento em maio, ante 1,34 por cento em abril; os de Saúde e cuidados pessoais diminuíram o avanço de 1,10 para 0,60 por cento; e os de Transportes tiveram oscilação positiva de 0,01 por cento, depois do salto de 2,10 por cento antes. Os maiores recuos individuais de preços no varejo foram de álcool combustível, laranja-pera, cenoura, alface e laranja-lima. Segundo Quadros, o IGP-DI só não entrou no terreno negativo em maio devido à pressão da mão de obra na construção civil. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) avançou 2,94 por cento em maio, maior variação desde junho de 1995, pressionado por dissídios salariais típicos do período, contra 1,06 por cento em abril. O componente Mão de obra saltou 5,48 por cento, ante 1,74 por cento antes. (Reportagem de Vanessa Stelzer e Rodrigo Viga Gaier)

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