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Atentado fere comandante da Força Aérea do Zimbábue, diz jornal

Por MACDONALD DZIRUTWE
Atualização:

O comandante da Força Aérea do Zimbábue, aliado muito próximo do presidente Robert Mugabe, ficou ferido num atentado no fim de semana, disse a imprensa estatal nesta terça-feira. O ministro de Assuntos Internos, Kembo Mohadi, disse ao jornal Herald que o ataque a tiros contra o marechal-do-ar Perence Shiri, no sábado, parece ser parte de uma onda de atentados contra personalidades, visando a desestabilizar o país. O Movimento pela Mudança Democrática (MDC), maior partido da oposição, acusa Shiri e outros comandantes pela onda de violência durante a campanha para o segundo turno das eleições presidenciais, em junho, o que levou o dirigente Morgan Tsvangirai a boicotar a votação, permitindo a reeleição de Mugabe. Shiri foi baleado a caminho de sua fazenda, confiscada em 2000 de um produtor rural branco, numa reforma agrária de teor étnico que foi muito criticada no Ocidente. De acordo com o Herald, o militar se recupera num hospital de Harare. "O ataque ao marechal-do-ar Shiri parece ser o agravamento dos ataques terroristas voltados contra personalidades de alto escalão, funcionários do governo, estabelecimentos do governo e sistemas públicos de transporte", disse Mohadi. O Zimbábue acusa a vizinha Botsuana de treinar militantes da oposição para derrubarem Mugabe, no poder desde a independência, em 1980. Harare também acusa o Ocidente de tramar contra o presidente, num momento em que o país vive uma grave crise econômica, um surto de hiperinflação e uma epidemia de cólera, além do impasse entre o governo e o MDC para formar uma coalizão. Tanto Botsuana quanto o MDC negam que haja treinamento militar de insurgentes. O partido oposicionista ainda não se manifestou sobre o atentado a Shiri. Dezenas de membros do MDC já foram detidos por acusações de terrorismo, mas acabaram liberados pela Justiça. O partido diz que Mugabe costuma recorrer a tais acusações quando se vê sob pressão.

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