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Atentados de quinta em Damasco causaram 90 mortes, diz Observatório

Além da violência na capital, mais de 200 pessoas foram mortas em outros lugares da Síria

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Por Redação
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BEIRUTE - Noventa pessoas morreram em quatro atentados na quinta-feira ao redor de Damasco, tornando-o um dos dias mais sangrentos na capital síria desde o início da revolta contra o presidente Bashar Assad há quase dois anos, disse um grupo de monitoramento da violência no país. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, citando números que disse terem sido compilados a partir de hospitais e outras fontes médicas, disse nesta sexta-feira, 22, que pelo menos 60 pessoas foram mortas na explosão de um potente carro-bomba no distrito central de Mazraa, perto da embaixada da Rússia e de escritórios do partido Baath, de Assad. As outras pessoas foram mortas em três atentados coordenados no distrito de Barzeh, a nordeste, segundo o grupo sediado na Grã-Bretanha. A mídia estatal síria colocou o número de mortos no atentado de Mazraa em 53, além de 200 feridos. Ativistas e autoridades disseram que a maioria dos mortos era de civis, incluindo crianças. Além da violência na capital, mais de 200 pessoas foram mortas em outros lugares, incluindo nos subúrbios de Damasco, e nas cidades de Deraa e Aleppo, totalizando quase 300 mortos na quinta-feira - um dos mais altos em um único dia desde o começo do conflito, segundo o Observatório. A ONU diz que 70 mil pessoas morreram no conflito da Síria, o mais sangrento e mais prolongado dos levantes que abalaram o mundo árabe nos últimos dois anos. A Rússia, aliada incondicional de Assad, acusou os Estados Unidos, nesta sexta-feira, de ter padrões duplos sobre a violência na Síria, dizendo que Washington havia bloqueado uma declaração do Conselho de Segurança da ONU condenando a explosão em Mazraa. "Vemos uma tendência muito perigosa de nossos colegas norte-americanos para afastar-se do princípio fundamental da condenação incondicional a qualquer ato terrorista, um princípio que assegura a unidade da comunidade internacional na luta contra o terrorismo", disse o chanceler russo, Sergei Lavrov. Não houve reivindicação de autoria dos ataques de quinta-feira, mas o grupo rebelde Al Jabhat Nusra, ligado à Al-Qaeda, assumiu a responsabilidade de dezenas de ataques no ano passado, incluindo bombardeios devastadores em Damasco e Alepo.

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