Ativista anti-apartheid Helen Suzman morre na África do Sul

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Por MICHAEL GEORGY
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Helen Suzman, uma das mais notáveis ativistas anti-apartheid da África do Sul, morreu nesta quinta-feira aos 91 anos. Suzman foi por 36 anos a mais famosa mulher branca a combater o apartheid, promovendo uma batalha parlamentar firme e muitas vezes solitária para emancipar a maioria negra do país. A ativista se tornou uma das únicas pessoas brancas a ganhar o respeito dos sul-africanos negros, depois que começou a fazer visitas frequentes ao líder Nelson Mandela na prisão. Mandela havia sido condenado à prisão perpétua, em 1964. A Fundação Nelson Mandela disse que a África do Sul perdeu uma "grande patriota e destemida combatente contra o apartheid". A filha de Suzmam Frances Jowell foi citada pela agência de notícias Sapa dizendo que sua mãe morreu de maneira pacífica em sua casa, em Johanesburgo. Relembrando a primeira visita de Suzman à seção B da prisão de Robben Island, em 1967, Mandela disse uma vez: "Foi uma visão estranha e maravilhosa, essa mulher corajosa observando nossas celas e passando pelo pátio. Ela foi a primeira e única mulher a passar por nossas celas". Suzman e Mandela, que foi libertado da prisão em 1990, tornaram-se bons amigos depois que ele foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul, em 1994. Apesar do fim do apartheid na África do Sul, há ainda grandes lembranças do racismo institucionalizado combatido pelos dois. Milhões de negros privados de oportunidades econômicas durante o apartheid ainda vivem em pobreza em vilas sombrias. O Congresso Nacional Africano (ANC), que ajudou a acabar com o apartheid, tem sido atingido por disputas de poder, o que, segundo críticos, ofusca questões cruciais, como a pobreza, o crime e a Aids.

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