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Ativista paquistanesa descobre ter ganho Nobel da Paz em sala de aula

Por DARREN STA
Atualização:

A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai disse que estava em uma aula de química nesta sexta-feira quando uma professora a informou ser vencedora do Prêmio Nobel da Paz. A ativista de 17 anos, que em 2012 levou um tiro na cabeça de um militante do Taliban por defender o direito à educação para meninas, é a mais jovem ganhadora do prêmio, que dividiu com Kailash Satyarthi, um indiano que faz campanha contra o trabalho e o tráfico infantis. “Tinha absoluta certeza de que não tinha ganho, mas de repente uma de minhas professoras entrou na sala de aula e me chamou e disse ‘tenho algo importante para dizer a você’”, contou ela aos repórteres na cidade inglesa de Birmingham, onde ela mora e estuda atualmente. “Fiquei totalmente surpresa quando ela me disse ‘parabéns, você venceu o Prêmio Nobel da Paz e o dividiu com uma grande pessoa que também trabalha pelos direitos das crianças’.” Malala afirmou que ganhar a honraria fortaleceu seu desejo de advogar pelo direito à educação de todas as crianças. “Às vezes é bastante difícil expressar os sentimentos, mas me sinto realmente honrada, mais poderosa e mais corajosa, porque este prêmio não é só um pedaço de metal ou uma medalha que você pode exibir, ou que guardaria no quarto”, disse. “Recebi este prêmio, mas isso não é o fim. Não é o fim desta campanha que iniciei. Acho que na verdade é o começo. Quero ver todas as crianças indo para a escola.” Incapaz de voltar ao Paquistão depois de se recuperar do ataque do Taliban, Malala criou o Fundo Malala para apoiar grupos locais de defesa da educação. Malala disse ter conversado por telefone com Satyarthi, de 60 anos, primeiro cidadão nascido na Índia a ser contemplado com a honraria, e ambos concordaram em trabalhar juntos para fazer o que puderem para garantir que toda criança receba uma educação de qualidade. “Acredito que o comitê do Nobel não o deu somente a mim, mas que este prêmio é para todas as crianças que não têm voz, cujas vozes precisam ser ouvidas”, declarou. Malala disse ter concordado com a ideia de Satyarthi de convidar os primeiros-ministros indiano e paquistanês para comparecerem à cerimônia de entrega do Nobel, em dezembro, para ajudar a apaziguar as tensões entre os dois países, que voltaram a se enfrentar pelo território da Caxemira. “A tensão atual é realmente decepcionante, e estou muito triste porque quero que os dois países dialoguem para ter conversas de paz”, afirmou. (Reportagem adicional de William James) RBS

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