Ator Hugh Grant pressiona governo britânico sobre grampos

PUBLICIDADE

Por KEITH WEIR
Atualização:

O ator Hugh Grant fez na terça-feira uma incursão na política britânica para pedir ao primeiro-ministro David Cameron que cumpra as promessas de combater a corrupção na imprensa, depois do escândalo de espionagem telefônica envolvendo a empresa News Corp., do magnata Rupert Murdoch. Grant, que suspeita ter tido seu celular espionado por jornalistas, se reuniu com Cameron para pressionar por reformas, aproveitando a conferência anual do Partido Conservador, em Manchester. "Ficamos meio que nos seduzindo", brincou Grant, que interpretou um primeiro-ministro em "Simplesmente Amor". Cameron nomeou o juiz Brian Leveson para comandar um inquérito independente sobre o caso, a ser concluído ainda neste ano. "Ele fez todos os barulhos corretos. Será que continuará fazendo os barulhos corretos quando Leveson apresentar seu relatório?", disse Grant a um auditório lotado, num evento paralelo à conferência. O escândalo resultante da revelação de que jornalistas do extinto tabloide News of the World espionaram as caixas postais telefônicas de centenas de pessoas abalou toda a imprensa britânica, além da polícia e do próprio Cameron, criticado por ter contratado como assessor de imprensa um jornalista envolvido no caso. Grant uniu-se ao movimento Hacked Off (algo como "grampeados") para pressionar contra os excessos dos tabloides britânicos, e levou nas últimas semanas seu glamour cinematográfico às conferências dos três principais partidos do país. Os encontros paralelos às conferências costumam ser eventos sonolentos, mas desta vez Grant foi recebido com entusiasmo por ativistas que agitavam câmeras e celulares na esperança de tirar uma foto dele. Ele acusou os tabloides de terem um modelo empresarial baseado no "furto da privacidade com fins lucrativos", e atacou os políticos por sua promiscuidade com Murdoch, cujo apoio tradicionalmente foi capaz de definir eleições. "Cinco governos sucessivos lamberam as botas de um proprietário de veículos de comunicação em particular", afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.