Autoridades do Vaticano e líderes muçulmanos se reunirão em Roma

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Por Redação
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Um encontro histórico entre autoridades da Igreja Católica e líderes muçulmanos com o objetivo de promover o diálogo entre as duas religiões deve ocorrer em Roma, neste semestre, afirmou uma autoridade do Vaticano. O principal representante da Igreja Católica para a área de relações com o Islã, cardeal Jean-Louis Tauran, disse esperar receber um grupo formado por três representantes dos muçulmanos em fevereiro ou março para preparar o encontro. "Em uma certa medida, isso (o encontro) pode ser definido como algo histórico", disse Tauran ao jornal católico L'Osservatore Romano, em uma edição publicada no começo desta semana. Cerca de 138 líderes do Islã escreveram ao papa Bento 16 e a outros dirigentes cristãos em outubro afirmando que "a sobrevivência do mundo" pode depender da realização de um diálogo. O pontífice, que, na qualidade de chefe da Igreja Católica, representa mais de metade dos 2 bilhões de católicos do mundo, respondeu em novembro elogiando a manifestação dos muçulmanos e convidando-os a Roma. O atual papa, nascido na Alemanha, provocou indignação na comunidade islâmica em 2006 ao usar uma citação, em um discurso, que apontava o Islã como violento e irracional. O líder católico afirmou por várias vezes lamentar a reação ao discurso, mas não chegou a pedir desculpas aos muçulmanos. Tauran provocou incômodo no ano passado ao manifestar dúvidas sobre a possibilidade de os dois credos chegarem a um acordo a respeito de questões como Deus, o amor e a forma de ler as escrituras sagradas. Mas, ao L'Osservatore Romano, a autoridade do Vaticano disse que o chamado dos líderes islâmicos feito em outubro poderia significar um momento de virada. "Continua sendo verdade que, para alguns muçulmanos, o diálogo interreligioso não é nem uma realidade e nem uma prioridade. Mas é também verdade que estamos assistindo a um acontecimento importante na carta aberta", afirmou Tauran. "Os 138 signatários dela representam efetivamente 43 países." Entre os pontos constantes da agenda do encontro incluem-se o respeito à dignidade humana e o ensino da tolerância para as novas gerações, disse Tauran.

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