Autoridades temem ataques por causa de transferência

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Por CHICO SIQUEIRA
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Autoridades temem uma onda de ataques e rebeliões nos próximos dias provocada pela transferência do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). E também pela suspensão das visitas no fim de semana em presídios atingidos pela greve dos agentes penitenciários.O PCC mandou um aviso, captado pelos serviços de inteligência, no qual ameaça fazer quebra-quebra nos presídios se as visitas deste fim de semana forem suspensas. "Nós não temos nada a ver com a briga dos agentes com o governo, por isso, se as visitas forem suspensas a cadeia vai quebrar", teria dito um líder do PCC a um informante.A transferência aumentou o clima de tensão nos presídios. Na penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde estão detidas as lideranças do PCC, os presos ficaram revoltados porque ontem eles foram proibidos de deixar as celas para o banho de sol. A suspensão do banho de sol se deu por questões de segurança e para facilitar a transferência de Marcola e quatro líderes da facção para o RDD.O clima de tensão também atinge presídios de regime semiaberto em que presos não puderam sair para ir ao trabalho, como no complexo de Campinas-Hortolândia, onde mil detentos estão sem poder trabalhar, e também em unidades em que o trabalho é realizado internamente.Na tentativa de amenizar a situação, o Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp) quer propor aos grevistas que suspendam o movimento entre sexta-feira e domingo para permitir que as visitas sejam realizadas. "Os agentes precisam entender que nossa briga não é com os presos, mas sim com o governo do Estado, que pode resolver rapidamente a situação, aceitando nossas propostas", disse o diretor jurídico do sindicato, Rozalvo Manoel dos Santos.O sindicato também está pedindo atenção redobrada dos agentes, especialmente com a locomoção de ida ao trabalho e com as atividades dentro do presídio. Medidas de prevenção também foram tomadas pelas polícias Civil e Militar, principalmente nas operações e abordagens. Um dos pedidos é de que os policiais não façam rondas individuais, que estejam sempre acompanhados de um colega dentro ou fora da viatura.

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