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Bacilo da tuberculose atinge 18 bebês em Campinas

Por Ricardo Brandt
Atualização:

Subiu para 18 o número de bebês contaminados com o bacilo da tuberculose (bacilo de Koch) na maternidade do hospital Madre Theodora, em Campinas, no interior paulista. O balanço das primeiras 166 análises de crianças, que nasceram entre janeiro e junho e que tiveram contato com o foco de transmissão do surto investigado pela Secretaria da Saúde, indica que deve passar de cem o total de recém-nascidos infectados pela bactéria.Os 18 casos são uma parcial dos exames feitos até agora, de 354 análises que serão realizadas no primeiro grupo. Cinco dos bebês estão com a tuberculose e sendo tratados com três tipos de antibióticos por seis meses. Os outros 13 foram contaminados com o bacilo, mas não adoeceram."Chamamos de infecção latente, essas crianças também terão que passar por tratamento por seis meses, mas com apenas um tipo de droga", afirma a coordenadora do programa de tuberculose, da prefeitura de Campinas, Maria Alice Satto.Outros três casos não apresentaram traço do bacilo, mas o quadro clínico e o histórico de saúde fizeram com que fossem pedidos exames mais detalhados para se confirmar ou descartar a tuberculose."A incidência atual é de 7,8% e não haverá grande variação. A maioria das crianças não teve contato direto com a funcionária do hospital suspeita de ser ter transmitido a doença", explica a coordenadora. A Secretaria de Saúde estima, a partir desses números, que vai passar de cem o total de crianças com infecção latente do grupo de 1,3 mil analisados.A origem da contaminação foi uma técnica em enfermagem que trabalha no hospital, que foi diagnosticada com tuberculose, após a notificação da vigilância, e está afastada para tratamento. A tuberculose é uma doença infecciosa que tem cura. Em recém-nascidos, tanto o diagnóstico como o tratamento são mais difíceis. É uma doença que afeta principalmente os pulmões, transmitida pelo ar, pelas gotículas de saliva. Bebês não são considerados transmissores da bactéria.Faltam 188 crianças para serem examinadas no primeiro grupo de 354, formado pelos que tiveram contato direto com a enfermeira, informa Maria Alice. Em seguida, começarão os exames em outros 1 mil bebês. Para análise das crianças nascidas nesse período no Madre Theodora, foi montado pela Secretaria de Saúde um protocolo de diagnóstico em parceria com as universidades de Campinas. O documento prevê, entre outras coisas, análise de curva de crescimento, desenvolvimento dos bebês, raio X de tórax e testes com reagentes.

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