
28 de setembro de 2011 | 20h58
A agência estatal de notícias BNA disse que os oito réus ainda podem recorrer à Corte de Cassação, um tribunal civil. Eles também poderiam ser anistiados pelo rei Hamad bin Isa al Khalifa.
A Corte de Recursos da Segurança Nacional, criada durante um período de lei marcial que terminou em 31 de maio, sentenciou em junho 8 dos 21 réus à prisão perpétua. Um dos acusados foi julgado à revelia, pois vive no exterior.
Entre os 21 réus estavam o líder do partido laico Waad, o sunita Ibrahim Sharif, cuja pena de cinco anos de reclusão também foi mantida, e o blogueiro Ali Abdulemann, que está foragido após ser sentenciado a 15 anos de pena.
Os oito condenados à prisão perpétua incluem o ativista de direitos humanos Abdulhadi al Khawaja e vários líderes oposicionistas, inclusive Hassan Mushaimaa, que faz campanha pela proclamação da república.
O Barein viveu uma fase de enormes protestos populares pró-democracia a partir de fevereiro, e ainda hoje jovens manifestantes xiitas e forças de segurança da ilha travam confrontos quase diários em aldeias próximas a Manama, capital do pequeno reino insular do golfo Pérsico.
Os 21 réus foram condenados por acusações como "formação de um grupo terrorista para alterar a Constituição e o seu sistema monárquico", coleta e doação de dinheiro para essas atividades, incitação ao ódio, organização de protestos não autorizados e colaboração com um país estrangeiro - uma referência ao Irã.
A Anistia Internacional disse que a audiência de apelação durou apenas cinco minutos. "Após o resultado tão previsível de hoje, já passa da hora de o rei do Barein (...) acabar de uma vez por todas com essa farsa", disse o diretor regional da entidade, Malcolm Smart.
Em nota, o partido Waad disse que o tribunal de recursos não quis nem escutar os argumentos dos advogados de defesa, nem acatou as queixas de tortura. A nota disse que os réus foram presos por suas opiniões.
Familiares dos réus dizem que eles foram torturados. O Barein instituiu uma comissão de juristas estrangeiros para investigar as acusações de abusos durante a lei marcial, e os resultados do inquérito devem ser divulgados no mês que vem.
Mas a Anistia disse que a comissão não abrange as acusações de tortura contra os homens apontados como líderes da rebelião, e disse que todo o procedimento foi uma "farsa de julgamento militar".
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