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Bear Stearns recebe crédito emergencial

Por JOSE
Atualização:

O JPMorgan Chase e o Federal Reserve de Nova York concordaram nesta sexta-feira em prover financiamento emergencial para o Bear Stearns após o banco de investimento afirmar que sua posição de liquidez se deteriorou agudamente. As ações do quinto maior banco de investimento norte-americano chegaram a cair 50 por cento após a notícia, tentativa mais recente do Fed de acalmar os mercados financeiros em meio à piora da crise de crédito provocada pelo aumento da inadimplência nas hipotecas. "Nossa posição de liquidez nas últimas 24 horas se deteriorou significativamente. Nós tomamos esse passo importante para restaurar a confiança do mercado em nós, fortalecer nossa liquidez e permitir que possamos continuar nossas operações normais", disse o diretor-executivo do Bear Stearns, Alan Schwartz, em comunicado. A queda livre das ações do Bear Stearns --que às 12h44 despencavam 43 por cento-- derrubava outros papéis do setor financeiro. O Lehman Brothers caía 10 por cento, o Morgan Stanley cedia 1,9 por cento, e o Goldman Sachs tinha baixa de 2,2 por cento. Apenas um dia antes, o Bear Stearns havia tentado acalmar o mercado sobre a situação de sua liquidez. Na sexta-feira, o banco disse que tentou "confrontar e dissipar esses rumores", mas não divulgou o valor do acordo. "O rumor de mercado sobre o risco de liquidez resultou, na verdade, em uma corrida bancária contra o Bear Stearns", disse Jane Caron, vice-presidente e estrategista da Dwight Asset Management, em Burlington, Vermont. O Bear Stearns tinha mais exposição ao mercado de bônus dos Estados Unidos do que seus concorrentes, e tinha uma grande presença no mercado de títulos lastreados em hipotecas. Ele foi um dos primeiros a divulgar o impacto da crise nas hipotecas subprime (de alto risco) quando dois de seus hedge funds alavancados entraram em colapso no ano passado, com prejuízo de 1,6 bilhão de dólares. "Com a reação do mercado, eu diria 'acabou"', disse James Ellman, gestor de potfólio da Seacliff Capital, um hedge fund de San Francisco. "A companhia claramente terá que escolher entre algumas opções desagradáveis: vender uma grande quantidade de ações, vender a própria companhia, ou vender ativos e tentar se segurar, esperando pelo melhor."

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