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Berlusconi promete fechar fronteiras da Itália

Primeiro-ministro eleito prometeu aplicar lei que restringe a imigração.

Por Assimina Vlahou
Atualização:

O recém-eleito primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, declarou nesta terça-feira em seu primeiro encontro com a imprensa em Roma que pretende fechar as fronteiras do país, para diminuir os altos índices de criminalidade. "A Itália tem um índice de criminalidade 30% maior do que outros paises europeus por causa da desvairada decisão de deixar as fronteiras abertas", disse Berlusconi, ao falar, em Roma, diante de jornalistas italianos e estrangeiros. "Vamos fechar as fronteiras e aplicar a lei Bossi-Fini", afirmou Berlusconi, fazendo referência à lei que restringe a entrada de estrangeiros no país. A lei Bossi-Fini, que regula a imigração, leva o nome de dois dos principais aliados políticos de Berlusconi: Umberto Bossi, líder da Liga Norte, partido separatista e xenófobo, e Gianfranco Fini, neofascista da Aliança Nacional. "Vamos contrastar a criminalidade, cada vez mais perigosa para mulheres e idosos com maior policiamento, aplicação da lei Bossi-Fini e a colaboração com outros países do Adriático e Mediterrâneo", afirmou. A colaboração com os paises do Adriático e do Mediterrâneo prevê a "restituição a estes paises dos extracomunitários que de lá chegaram até nós", completou Berlusconi. Lixo em Nápoles e Alitalia Berlusconi disse também que resolver a crise do lixo em Nápoles e salvar a companhia aérea Alitalia. "Estarei em Nápoles três vezes por semana para resolver a crise do lixo", disse o líder nesta terça-feira. "Só vou sair (da cidade) quando tiver certeza de que encontrei uma solução definitiva", acrescentou. Pilhas de lixo se espalham pelas ruas de Nápoles há meses e o odor está incomodando os moradores. A coleta no município foi interrompida em dezembro e os aterros de lixo estão cheios. Aos 71 anos de idade, o líder de centro-esquerda, um dos homens mais ricos do país, disse em uma entrevista no rádio nesta terça-feira que planeja anunciar seu gabinete dentro de uma semana. Comentando a crise na Alitalia, Berlusconi disse: "Vou assumir o controle da situação e fazer o que for necessário para que esta empresa símbolo opere e continue a serviço do turismo e da economia italiana". Ele prometeu manter a companhia sob o comando dos italianos, repudiando uma proposta de compra pela Air France-KLM. Nas eleições gerais no país, Berlusconi e sua coalizão obtiveram maiorias sólidas tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados. Segundo o Ministério do Interior italiano, com quase a totalidade dos votos apurados, a coalizão liderada por Berlusconi obteve 47,2% dos votos no Senado, contra 38,1% da coalizão de centro-esquerda. Na Câmara dos Deputados, a coalizão de Berlusconi ficou com 46,5%, contra 37,8%. Os resultados mudaram dramaticamente o panorama político na Itália, Segundo o correspondente da BBC em Roma, Jonny Dymond, o número de partidos que elegeram representantes para a câmara caiu de 26 para seis. Dymond acrescentou, no entanto, que Berlusconi terá de fazer acordos difíceis com parceiros em potencial. Seu governo enfrenta a dura tarefa de reviver a economia italiana, que sofre com uma baixa produtividade e um Euro forte, e cuja previsão de crescimento para o ano é de 0%. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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