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BID libera R$ 836 mil para arborização do centro de SP

Áreas mais críticas, segundo dados de 2005, são os distritos da Mooca, Brás, Pari e República

Por José Carlos Cafundó e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

Uma boa notícia para o primeiro dia da primavera: a imagem dura do centro de São Paulo, com prédios, pontes e outra paisagens de concreto, pode ganhar um pouco mais de verde até o fim do ano. Nos próximos meses, deve ser lançada a licitação para o Plano de Arborização do Centro, projeto para plantar árvores nos distritos da Sé e República. O projeto já foi aprovado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que vai financiar os R$ 836 mil previstos para sua execução. O banco analisa o edital de licitação, que a Secretaria do Verde e Meio Ambiente quer concluir para iniciar o plantio.   Veja também: Primavera começa com sol A idéia do projeto é melhorar o índice de 3 metros quadrados de área verde por habitante na região do centro expandido, muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) - 12 metros quadrados. As áreas mais críticas, segundo dados de 2005, são os distritos da Mooca, Brás, Pari e República. A cidade de São Paulo tem 48 metros quadrados de verde por habitante, número que não reflete a real situação, já que a cidade tem regiões de mata nativa, como a Serra da Cantareira, na zona norte. "É uma imagem desequilibrada: de um lado temos Parelheiros e a Serra da Cantareira, com imensas áreas verdes, mas do outro está o centro, as áreas industriais antigas e os bairros mais pobres, com níveis quase zero de área verde por habitante", diz o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge. O projeto de plantio de árvores faz parte do Programa de Reabilitação da Área Central de São Paulo (Procentro), que foi anunciado há quase cinco anos. Segundo a secretaria, a demora para a implantação foi causada por alguns entraves burocráticos. Como o Plano de Arborização do Centro será realizado por meio do empréstimo do BID, o projeto precisou ser bem detalhado para atender às especificações do banco. Essa é uma das razões alegadas para que a licitação seja feita pela Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), embora o projeto seja da Secretaria do Verde e Meio Ambiente. Além disso, o plano é complexo por envolver a arborização de uma área amplamente dominada pelo concreto. Devolver o verde a áreas como a República, por exemplo, gera muitas intervenções porque passam por ali cabos de fibra ótica, tubulações de gás e fiação elétrica e telefônica. Num primeiro momento, uma das empresas vencedoras da licitação vai fazer uma análise da região para detectar as áreas em que é possível plantar e quais árvores podem ser instaladas. "Nós temos de considerar diversos fatores, como a existência de fios e tubulações, para que a árvore cresça após ser plantada e para que ela não cause estragos", diz o diretor do Departamento de Parques e Áreas Verdes (Depave) da Prefeitura de São Paulo, Hélio Neves. Somente após esse trabalho é que serão definidas a quantidade de árvores e quais espécies serão plantadas em determinados lugares. O Depave adianta que serão árvores grandes - sempre que possível -, resistentes e que haverá grande biodiversidade, já que as espécies serão distribuídas de acordo com as características de cada lugar. "Acredito que em dois anos teremos sombras de árvores no centro de São Paulo", diz Neves.

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