Bispos criticam STF em assembleia da CNBB

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Por José Maria Mayrink e APARECIDA
Atualização:

O arcebispo de Campo Grande (MS), d. Dimas Lara Barbosa, e outros três bispos criticaram, durante a 50.ª Assembleia-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida (SP), os ministros do Supremo Tribunal Federal que aprovaram a interrupção da gestação de fetos portadores de anencefalia. "Os ministros optaram por uma antropologia reducionista, abrindo para o aborto uma porta que pode ser escancarada para outras formas de violência contra a vida nascente", disse d. Dimas. "A eugenia é um horizonte que a humanidade experimentou em passado recente", acrescentou o arcebispo, depois de classificar como "perigosa" a decisão do STF. Para o bispo de Camaçari (BA), d. João Carlos Petrini, presidente da Comissão Episcopal e Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, a decisão leva à conclusão, por exemplo, de que "quem incomoda pode ser eliminado". Para o bispo auxiliar do Rio, d. Augusto Dias Duarte, é preciso perguntar se as mulheres que não quiserem abortar seus filhos com meroencefalia - "o termo correto, porque apenas parte do cérebro pode estar afetada", disse ele, pediatra formado pela Universidade de São Paulo - terão ajuda do SUS, respeitando-se a sua consciência. D. Joaquim Mol Guimarães, bispo auxiliar de Belo Horizonte, disse que "o STF tomou para si a tarefa de legislar". Os bispos admitem que, embora se trate de uma questão resolvida no campo do Judiciário, a assembleia da CNBB volte a analisar o problema sob o ponto de vista pastoral, para orientação dos católicos. Entretanto, ao abrir assembleia-geral, o presidente da CNBB, d. Raymundo Damasceno Assis, cardeal-arcebispo de Aparecida, disse que ela será "comemorativa". Além do cinquentenário, o episcopado vai comemorar os 60 anos da CNBB e os 50 do início dos trabalhos do Concílio Vaticano II. O tema central é Palavra de Deus na Vida e Missão da Igreja. Os bispos também se debruçarão sobre os preparativos da Jornada Mundial da Juventude, em julho de 2013, no Rio. O arcebispo da arquidiocese carioca, d. Orani João Tempesta, fará um relato sobre o que foi planejado e o que está sendo feito.

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