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Blocos de Salvador farão desfile coletivo na manhã de domingo de carnaval

Passarela Afródromo não foi liberada este ano por problemas burocráticos e operacionais

Por Tiago Décimo
Atualização:

SALVADOR - O cancelamento da criação de um espaço dedicado aos desfiles dos blocos afro e afoxés no carnaval de Salvador este ano não tirou o ânimo dos organizadores da ideia. Os blocos - todos os principais, como Filhos de Gandhy, Ilê Aiyê e Timbalada, além do músico Carlinhos Brown - decidiram que vão fazer, além dos próprios desfiles nos circuitos da cidade, um desfile conjunto na manhã de domingo de carnaval, no Circuito Osmar (Campo Grande), o mais tradicional da folia soteropolitana."Será uma reunião para mostrar a força da nossa cultura", resume Brown, idealizador do movimento. "Vamos fazer um blocão, nos apresentando não só musicalmente, mas em outras artes, como as artes plásticas, porque este não é um movimento só de música."O Afródromo em si, uma passarela de desfiles de blocos de 700 metros de comprimento, com 22 mil lugares em arquibancadas, construído em estruturas provisórias no bairro do Comércio, ao lado do porto de Salvador, não foi liberado este ano, segundo os organizadores, por problemas burocráticos e operacionais. "Uma lei municipal, por exemplo, impede que haja choque entre os patrocinadores oficiais (do carnaval de Salvador) com os de outras entidades, e isso aconteceria", conta Brown. "Além disso, havia a demanda por segurança e limpeza públicas, que precisariam de um novo planejamento. A maior festa do mundo não estava em condições de abrigar mais uma festa. Mas estamos seguros sobre a realização do Afródromo ano que vem."O secretário de Desenvolvimento, Turismo e Cultura de Salvador, Guilherme Bellintani, concorda. "Ainda tentamos resolver, nos primeiros dias de governo, os entraves para a questão, mas vimos que não seria possível", afirma. "O prefeito (ACM Neto), porém, já assinou um termo de compromisso para a realização do evento no ano que vem."De acordo com Brown, a intenção do Afródromo é levar os desfiles dos blocos afro e afoxés de volta às origens. "Os circuitos de hoje não permitem que nos expressemos como nós nascemos, com nossos carros alegóricos, por exemplo", avalia. "Além disso, precisamos que nossos desfiles sejam cedo, porque há muitas senhoras e crianças nos grupos."

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