Boxe olímpico tem dia histórico e ajuda COB a alcançar meta

Boxeador Esquiva Falcão tenta ganhar neste sábado o primeiro ouro do Brasil na modalidade.

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Por Daniel Gallas
Atualização:

O Brasil chegou a Londres para os Jogos com um fraco histórico no boxe olímpico - tendo ganhado apenas uma medalha de bronze há 44 anos - mas sai da competição subindo três vezes ao pódio e com a promessa de se tornar uma potência na modalidade nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. Até agora foram duas medalhas de bronze, com Adriana Araújo e Yamaguchi Falcão, mas o boxe brasileiro ainda tem chance de conquistar ouro com o irmão de Yamaguchi, Esquiva Falcão, que sobe no ringue, no sábado às 17h45 (horário de Brasília), na final do peso médio contra Ryota Murata. Mesmo se perder e levar a prata, Esquiva já garantiu o melhor resultado da história do boxe olímpico brasileiro, que até então havia conquistado apenas o bronze nos Jogos Olímpicos da Cidade do México em 1968, com Servílio de Oliveira. Sem o boxe olímpico, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) não teria conseguido atingir a meta de igualar o desempenho brasileiro nos Jogos de Pequim 2008, quando o país subiu 15 vezes ao pódio. Até agora, o Brasil garantiu 16 medalhas. Doze delas já foram premiadas (dois ouros, duas pratas e oito bronzes) e outras quatro já foram ao menos garantidas - com Esquiva Falcão, com o futebol masculino e com o vôlei feminino e o masculino. O Brasil busca agora melhorar a sua colocação no ranking de medalhas. Em Pequim 2008, o país ganhou três ouros e terminou a competição em 23º lugar. A dois dias do final de Londres 2012, o país ainda está em 28º lugar. Caso conquiste o ouro nas quatro finais que ainda disputa, hoje terminaria a competição no 12º lugar. Irmãos Falcão Adriana Araújo já havia conquistado sua medalha de bronze na quarta-feira quando foi derrotada pela russa Sofya Ochigava na semifinal. O Brasil conseguiu assim uma medalha na primeira olimpíada em que o boxe feminino foi disputado. Nesta sexta-feira, foi a vez de os irmãos Falcão juntos fazerem história. À tarde, no Excel Centre, Esquiva Falcão, de 22 anos, colocou o Brasil em sua primeira final olímpica no esporte. Na categoria peso médio, de até 75 kg, Esquiva subiu ao ringue contra o atleta britânico Anthony Ogogo e contra toda a torcida da casa. O primeiro tempo terminou empatado, mas no segundo e no terceiro, Esquiva arrasou o adversário, pontuando 6 a 3 e 7 a 3, respectivamente. Terminou a luta com 16 a 9 no placar. À noite foi a vez de seu irmão mais velho Yamaguchi lutar na categoria meio-pesado, de até 81kg. Apesar de subir ao ringue com muita vontade, acabou derrotado em todos os rounds pelo russo Egor Mekhontcek, que avançou à final na categoria. Yamaguchi perdeu a luta por 23 a 11 - com parciais de 6-4, 9-4 e 8-3. Apesar da derrota, saiu sorridente do confronto e se disse muito feliz com a medalha de bronze ao conversar com os jornalistas. "Eu estava preparado para o cubano o tempo todo, eu queria tirar essa pedra do meu caminho e graças a Deus consegui a medalha de bronze em cima de Cuba. Esse bronze em cima do cubano tem gostinho de ouro", disse o brasileiro, fazendo referência ao campeão mundial Julio la Cruz Peraza, a quem derrotou nas quartas-de-final. "Sair com um bronze nos Jogos Olímpicos em uma categoria na qual estou sofrendo para me manter no peso, para não mudar de categoria, é muito bom, estou muito contente com a minha medalha. Pensei que nem com o bronze eu sairia daqui." O medalhista de bronze voltará no sábado ao Excel Centre, mas na condição de torcedor. "Eu não pude botar uma medalha de ouro no peito do meu pai. Botei uma de bronze. Mas com a ajuda de Jesus Cristo, o Esquiva vai colocar essa medalha de ouro no peito do meu pai", afirmou. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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