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Braçadeira recupera movimentos de vítimas de derrame

Aparelho responde a estímulos e auxilia no reaprendizado dos pacientes

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma braçadeira robótica criada por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) aumentou incrivelmente a mobilidade de seis sobreviventes de derrames, informou a edição de terça-feira do American Journal of Physical Medicine & Rehabilitation. Os cientistas afirmaram que milhares de sobreviventes de derrame podem, um dia, vir a utilizar o aparelho, primeiro em centros de reabilitação e eventualmente em suas casas. Eles esperam que a braçadeira seja aprovada neste ano pela FDA, agência do governo americano que regulamenta o lançamento de novos medicamentos e tratamentos de saúde. Segundo John McBean, um dos criadores do aparelho, os pacientes voltarão a ter a capacidade de usar o membro inutilizado pelo derrame. A braçadeira, feita com material leve, encaixa no braço do paciente. Sensores localizados na frente e na parte de trás do membro detectam pequenas contrações musculares, que acionam um motor que permite ao usuário controlar os movimentos do membro. A destruição de células cerebrais em um derrame pode causar perda de funções em diversas partes do corpo. Uma das mais atingidas são, justamente, os membros. Com terapia intensiva, outros neurônios podem assumir as funções dos neurônios mortos pelo derrame, informaram cientistas. No experimento, sobreviventes participaram de sessões de uma hora de duração com o aparelho em que moviam blocos ou ligavam e desligavam interruptores. "A meta é reabilitar o membro, não tornar (o paciente) um dependente do aparelho", disse McBean. Bill Dressel, sobrevivente de um derrame ocorrido em junho de 2005, teve a mobilidade do lado direito de seu corpo reduzida e a fala comprometida. Antes da experiência, seu braço direito não conseguia se mover direito. Ele fazia todas as tarefas do cotidiano com o braço esquerdo. Agora, após a terapia com o aparelho, ele consegue mover seu braço direito e ligar e desligar um interruptor e se vestir sem usar a braçadeira. "Posso agora controlá-lo. O uso (o braço direito) para vestir minha calça. Farei meu braço voltar ao normal", disse. "Tive algumas melhoras após as duas primeiras sessões. Ele ensina a você como usar seu braço novamente." Os cientistas descobriram que os melhores candidatos a usar a braçadeira mecânica são os pacientes que possuem algum tipo de movimento no membro afetado. Os criadores do aparelho estimam que ele deverá custar entre US$ 5 mil e US$ 10 mil e que não deverá ser coberto pelas seguradoras nos primeiros anos em que estiver no mercado.

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