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Bradesco tem lucro recorde no 2o trimestre

Por Cesar Bianconi
Atualização:

O Bradesco teve lucro recorde de 2,302 bilhões de reais no segundo trimestre, impulsionado pela venda do investimento na siderúrgica Arcelor Brasil e de parte da empresa de informações de crédito Serasa. O resultado final de abril a junho contabiliza itens extraordinários que geraram contribuição líquida de cerca de 501 milhões de reais. Sem esses efeitos, o lucro recorrente do Bradesco foi de 1,801 bilhão de reais, em linha com a previsão média de analistas, conforme pesquisa Reuters. O lucro trimestral recorrente cresceu 12,4 por cento na comparação com o mesmo intervalo de 2006, quando o maior banco privado do país teve ganho de 1,602 bilhão de reais. O retorno sobre o patrimônio líquido médio da instituição, importante indicador da rentabilidade de um banco, foi de 28,9 por cento no segundo trimestre, considerando o lucro ajustado. Esse índice ficou estável em relação aos primeiros três meses de 2007. Os principais motores do desempenho recorrente no segundo trimestre foram os serviços (que responderam por 28 por cento do lucro), o crédito (24 por cento do ganho) e a área de seguros, previdência e capitalização (31 por cento). "A economia no primeiro semestre mostrou recuperação... Não há sinais de que esse crescimento seja interrompido. Apesar das deficiências de infra-estrutura, as expectativas são muito favoráveis", afirmou em teleconferência com jornalistas o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano. O executivo minimiza o impacto no Brasil das turbulências nos mercados financeiros globais pela crise no mercado imobiliário de alto risco nos Estados Unidos, que tem motivado baixa nas bolsas de valores. "Eu diria que é um movimento temporário. Rapidamente o mercado se ajusta. A gente já viu outras crises externas, mas os fundamentos da economia brasileira são muito favoráveis e esses eventos não trazem mais problemas para o Brasil." MAIS CRÉDITO A carteira de crédito total do Bradesco --considerando avais, fianças e cartões de crédito-- atingiu 130,819 bilhões no encerramento de junho, crescimento de 22,9 por cento em um ano. As operações com pessoas físicas totalizaram 49,832 bilhões de reais (com crescimento de 21,9 por cento), enquanto as operações com pessoas jurídicas atingiram 80,987 bilhões de reais (com avanço de 23,5 por cento). A performance do crédito às empresas, sobretudo de pequeno e médio portes, fez o Bradesco revisar a previsão de crescimento da carteira total de crédito para entre 21 e 27 por cento em 2007. A estimativa anterior era de 20 a 25 por cento. Apenas no segmento de empréstimos para pessoa jurídica a expectativa do Bradesco agora é de aumento de 19 a 24 por cento no ano. A previsão original era de expansão entre 17 e 22 por cento. O resultado bruto da intermediação financeira do Bradesco nos três meses encerrados em junho foi de 4,360 bilhões de reais, ante 3,835 bilhões de reais no mesmo intervalo do ano passado. A inadimplência nas operações vencidas há mais de 90 dias, considerando toda a carteira de crédito, permaneceu estável no período de abril a junho pelo terceiro trimestre consecutivo, em 3,6 por cento. O banco espera manutenção ou até eventual queda desse percentual nos próximos trimestres. O banco encerrou junho com ativos totais de 290,568 bilhões de reais, expansão de 24,7 por cento em 12 meses. No acumulado do primeiro semestre, o Bradesco teve lucro líquido inédito de 4,007 bilhões de reais, incluindo itens extraordinários, ante resultado positivo de 3,132 bilhões de reais de janeiro a junho de 2006.

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